Mulher de desembargador do TRF-1 recebeu quase R$ 1 mi de alvo da PF

A Polícia Federal investiga o lobista Andreson Oliveira Gonçalves e sua esposa, Mirian, por movimentações financeiras suspeitas de R$ 2,8 bilhões entre 2018 e 2024, segundo o Coaf. De acordo com o portal UOL, uma transferência de R$ 938 mil de Mirian para o escritório da advogada Aline Gonçalves de Sousa, mulher do desembargador César Jatahy, do TRF-1, está sendo investigada.

Andreson foi preso, e Mirian usa tornozeleira eletrônica desde novembro. A defesa do casal afirmou que se manifestará nos autos do processo, sustentando que não há provas de que influenciavam decisões judiciais.

Em entrevista ao UOL, Aline confirmou que foi contratada para atuar em um processo judicial, mas recusou-se a fornecer detalhes, citando ética e sigilo profissional.

“Fui contratada pelo escritório Mirian Ribeiro para atuar como advogada em um processo judicial”, disse. “Prestei o serviço e recebi meus honorários.”

Além da mulher do desembargador: outras transações suspeitas

O Coaf também identificou pagamentos de R$ 15 milhões da JBS ao escritório de Mirian, incluindo depósitos de R$ 11,5 milhões e R$ 4,6 milhões em junho de 2023.

Mirian justificou como honorários advocatícios, mas o Coaf destacou que esses valores excedem em sete vezes o faturamento declarado por ela, levantando suspeitas sobre a natureza das transações.

Mirian atua em pelo menos 15 processos no TRF-1, sem relação com o desembargador Jatahy. Andreson, sem registro formal como advogado, designava Mirian para representá-lo.

A investigação da PF também se estende ao STJ, TJ-MT e TJ-MS, sem conexão inicial com o TRF-1.

Investigação se estende a outras autoridades

O lobista e empresário Andreson de Oliveira Gonçalves | Foto: Reprodução/UOL
O lobista e empresário Andreson de Oliveira Gonçalves | Foto: Reprodução/UOL

O relatório do Coaf identificou que a PF não teve acesso à totalidade das transações financeiras de Andreson e Mirian, pois não houve quebra de sigilo.

O caso foi remetido ao Supremo Tribunal Federal (STF) depois que uma transação envolvendo uma autoridade com foro privilegiado, o ministro do TCU Augusto Shermann, foi detectada.

A operação foi considerada irrelevante pela PF, mas o caso permanece sob análise do ministro Cristiano Zanin, do STF, devido à possibilidade de envolvimento de outras autoridades.

Na semana anterior, a Primeira Turma do STF decidiu manter Andreson sob custódia, rejeitando um pedido de liberdade. O material do Coaf está sob análise da PF, que obteve a quebra dos sigilos bancários dos envolvidos.

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