Em entrevista à rádio CNB de Recife (PE) nesta segunda-feira, 24, o ex-presidente Jair Bolsonaro criticou a postura do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na condução da delação premiada de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid.
O ex-presidente afirmou que o tenente-coronel foi pressionado na ocasião. “A delação do Cid é tortura”, disparou. “Vocês viram parte dos vídeos vazados agora sobre tortura, o Alexandre de Moraes ameaçando o pai, a esposa e a filha e ele mudando os seus posicionamentos.”
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Bolsonaro reiterou que as provas contra ele seriam forjadas sob coerção: “Isso quando ocorreu lá atrás, algo parecido ou menos grave do que isso, até anulam-se praticamente todos os processos da Lava Jato”.
Durante a entrevista, Bolsonaro negou qualquer envolvimento em tentativa de golpe de Estado ou de interferência no processo eleitoral. Quando perguntado sobre supostos planos golpistas, ele rebateu: “Como é que eu posso dar golpe em mim mesmo? Você dá golpe contra uma autoridade investida no cargo”.
Bolsonaro critica “viés político” do STF
O ex-presidente reforçou que sempre buscou atuar “dentro das quatro linhas da Constituição” e disse que suas conversas com chefes militares foram dentro da legalidade. Ao longo da entrevista, Bolsonaro também criticou a condução das investigações contra ele no STF e questionou a imparcialidade da Corte.
“Agora ninguém tem dúvida de que o nosso querido Supremo Tribunal Federal tem o seu viés político bastante exposto ultimamente”. Ele disse que a jurisdição correta para julgá-lo seria a primeira instância, como ocorreu com Lula na Lava Jato.
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O ex-presidente também foi perguntado sobre os áudios recentemente divulgados pela Polícia Federal, que sugerem que militares incentivaram manifestações contra o processo eleitoral.
Bolsonaro minimizou a importância das gravações e criticou a forma como as provas têm sido obtidas. “Você não pode pegar um áudio no momento de tensão, está em discussão e o cara fala aquilo ou até em desabafo”, completou.
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