Violência no RJ: 53 foram baleados ao entrar por engano em favelas

Desde julho de 2016, 53 pessoas foram baleadas ao entrar por engano em comunidades da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Dessas, 13 morreram. O levantamento sobre a violência no RJ é do portal UOL.

A situação foi particularmente grave em 2024. No ano, foram ao todo 17 incidentes, os quais resultaram em quatro mortes e 13 feridos.

Em relação à totalidade de casos desde 2016, a maioria deles ocorreu na cidade do Rio de Janeiro, onde 37 pessoas foram atingidas. Dessas, dez acabaram mortas.

Os motoristas, muitas vezes, seguem trajetos sugeridos por aplicativos de GPS, desconhecendo as regras impostas por facções criminosas. Elas incluem manter os vidros abaixados, luz interna acesa e o pisca-alerta ligado.

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A existência dessas “normas paralelas” pode levar a tragédias. Um exemplo é o caso do turista argentino Gastón Burl, baleado em uma área perigosa da cidade depois de seguir seu GPS.

Violência entre facções criminosas e milícias

Comando Vermelho
Pichação do Comando Vermelho | Foto: Divulgação/Agência Brasil

Especialistas sugerem que a violência crescente se deve ao aumento das tensões entre facções criminosas e milícias. Em 2024, disputas territoriais e invasões de áreas por grupos organizados deixaram comunidades em constante alerta, segundo Carlos Nhanga, coordenador regional do Instituto Fogo Cruzado.

A Universidade Federal Fluminense (UFF) revelou que a área sob controle de grupos armados mais que dobrou de 2008 a 2023.

O Comando Vermelho (51,9%) e as milícias (38,9%) dominam a maior parte dos territórios. As barricadas, antes restritas ao interior das favelas, agora se expandem para fora e dificultam a distinção dos territórios seguros. A morte de chefes da milícia, como Wellington da Silva Braga, intensificou as disputas desde 2021, fato que alterou a dinâmica entre as facções.

A polícia, entre 2022 e 2023, manteve seu foco em milicianos. Isso resultou em mais de 2 mil prisões, mas também facilitou a expansão do Comando Vermelho e do Terceiro Comando Puro.

Combate à criminalidade

Castro negou que tenha agredido o ator | Foto: Divulgação/Governo do Estado do Rio de Janeiro
Governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro | Foto: Divulgação/Governo do Estado do Rio de Janeiro

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor César dos Santos, destacou que é necessário entender a raiz do problema.

“A gente sempre olhou o problema da perspectiva do efeito, e não da causa”, afirmou. “Claro que medidas imediatas têm que ser tomadas, mas temos que entender qual é a causa. O Rio de Janeiro tem um problema, um câncer.”

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Para 2025, ele prevê a continuidade na remoção de barricadas e no fortalecimento do policiamento ostensivo. Em 2024, agentes públicos destruíram 7,5 mil toneladas de barricadas. A SSP planeja ações integradas com o governo federal para enfraquecer o poder financeiro das facções, com o reforço de estruturas como a Ficco, o Cifra e o projeto Captura da Senasp.

Uma parceria entre a Uber e a Polícia Militar do Rio de Janeiro está em vigor para aumentar a segurança. Criado em 2024, o sistema permite que motoristas e usuários compartilhem sua localização em tempo real com a polícia durante emergências, como entradas acidentais em áreas de risco.

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Essas iniciativas buscam não apenas reduzir a violência, mas também restaurar a sensação de segurança para moradores e visitantes do Grande Rio.

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