Um cliente da companhia Citigroup recebeu por engano uma transferência de mais de US$ 80 trilhões em abril de 2024. O valor astronômico passou despercebido por dois funcionários responsáveis pelas transações da instituição financeira.
O cliente, com conta de custódia no Brasil, aguardava uma transferência de US$ 280, mas recebeu o valor errado. O funcionário responsável pelo pagamento e o oficial encarregado do processamento e aprovação da transação não detectaram o engano.
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Um terceiro colaborador identificou a falha 90 minutos depois da operação. O jornal britânico Financial Times revelou que a instituição reverteu a transferência horas depois. O incidente ocorreu por causa de um erro na inserção do valor e a um sistema de backup com interface complexa.
Em março de 2024, quatro transferências, totalizando US$ 280, foram bloqueadas ao tentarem ser processadas para uma conta de custódia no Brasil. A razão foi uma tela de segurança que identifica pagamentos com possível violação de sanções.
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Diante do problema, a equipe de tecnologia do Citigroup orientou um funcionário a registrar as transações manualmente em um sistema de backup pouco utilizado.
O sistema tinha uma característica peculiar: o campo de valor já vinha preenchido com 15 zeros, que o responsável deveria excluir, mas ele não fez isso. O banco reteve a transação, e a equipe não conseguiu completá-la corretamente.
“Os controles de detecção identificaram prontamente o erro de entrada entre duas contas do livro-razão do Citi e revertemos a entrada”, justificou o banco. “Embora não tenha havido impacto para o banco ou nosso cliente, o episódio ressalta nossos esforços contínuos para eliminar processos manuais e automatizar controles.”
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Citigroup coleciona incidentes em transações financeiras
O Financial Times revelou que, no ano passado, o Citigroup cometeu cerca de dez “quase erros” em transações de pelo menos US$ 1 bilhão, que ele corrigiu posteriormente. No entanto, em 2023, a instituição causou 13 incidentes semelhantes.
A empresa enfrenta uma série de desafios operacionais. Esses problemas refletem a dificuldade em corrigir falhas que persistem desde o erro de US$ 900 milhões enviados erroneamente para credores envolvidos na disputa da dívida do grupo de cosméticos Revlon, há quase cinco anos.
Nesse sentido, o erro custou a demissão do CEO da época, Michael Corbat, além de resultar em multas significativas e em ordens regulatórias que forçaram o banco a implantar mudanças em seus processos.
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