Entidades alertam ANS sobre rastreamento de câncer de mama

O Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR), junto de outras entidades médicas, enviou um relatório sobre câncer de mama à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) na quarta-feira 26. 

As entidades propõem que as mulheres com menos de 50 anos e mais de 70 anos tenham acesso garantido aos exames de rastreamento de câncer de mama pela rede de planos de saúde. A conclusão foi enviada em resposta ao pedido de informações da ANS.

Os grupos se uniram para destacar os benefícios do procedimento. Além disso, o documento também critica a proposta de incluir mamografias a cada dois anos em mulheres de 50 a 69 anos nos planos de saúde.

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Para o CBR, essa medida pode limitar o acesso ao rastreamento. Eles alertam que a restrição pode resultar em diagnósticos tardios, o que aumenta os custos por tratamentos complexos.

O rastreamento precoce é apontado como fundamental para identificar tumores em estágios iniciais. Isso reduz a necessidade de intervenções agressivas, como a mastectomia, retirada integral ou parcial das mamas, e a quimioterapia.

A análise também melhora a qualidade de vida das mulheres diagnosticadas. O aumento global da incidência de câncer de mama, especialmente em mulheres com menos de 50 anos, é uma preocupação crescente.

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Atualmente, o Brasil apresenta uma taxa de 66,5 novos casos por 100 mil mulheres, com uma variação geográfica significativa. As regiões mais afetadas são o Sudeste e o Sul, enquanto o Norte tem a menor incidência.

Nesse sentido, a análise também revela que a prevalência do câncer de mama no Brasil é maior entre mulheres na pré-menopausa.

Nos Estados Unidos, por exemplo, a maioria dos casos ocorre depois dos 50 anos, enquanto no Brasil 44% dos casos acontecem antes dessa idade. A diferença está ligada ao perfil demográfico e ao acesso aos serviços de saúde.

O índice de mortalidade do câncer

Estudos mostram que a prevalência de câncer em mulheres jovens está aumentando, o que é motivo de preocupação. Em 2020, médicos diagnosticaram câncer de mama em 21,8% das mulheres com menos de 40 anos.

O CBR destaca que a mortalidade por câncer de mama no país é um desafio significativo. Em 2022, o Brasil registrou quase 20 mil mortes pela doença, com uma taxa de 12,3 óbitos por 100 mil mulheres. Essa número continua a ser alto, especialmente entre mulheres com menos de 50 anos.

Um dos principais problemas apontados é a demora no diagnóstico, que varia de acordo com o tipo de atendimento. Pacientes particulares aguardam uma média de 31 dias, enquanto quem utiliza planos de saúde espera aproximadamente 68 dias. O tempo de espera pode ser fatal, pois médicos diagnosticam tumores em estágios mais avançados.

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O CBR também comparou os dados do Brasil com outros países e observou disparidades na mortalidade precoce. No Brasil, 22% dos óbitos ocorrem antes dos 50 anos, enquanto em países de alta renda menos de 10% das mortes acontecem nessa faixa etária.

Em resposta à possível limitação do rastreamento, o CBR e suas parceiras defendem a ampliação do acesso aos exames.  A redução de custos com tratamentos tardios deve ser considerada, pois o diagnóstico precoce evita intervenções mais caras. As entidades médicas ressaltam que a vida e a saúde da mulher são inegociáveis.

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