Documentos e relatos obtidos pelo jornal Folha de S.Paulo revelam que Dilma Rousseff, presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) do Brics, tem conduzido uma gestão desastrosa desde a sua posse, em 2023.
A Folha destaca que Dilma está envolvida em problemas relacionados a metas atrasadas, acusações de assédio moral, demissões excessivas e críticas por má gestão.
O banco do Brics registra uma rotatividade de colaboradores de 15,5%, três vezes superior à de bancos multilaterais, que é de apenas 5%. Desde a sua posse, 14 funcionários brasileiros deixaram a instituição.
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Funcionários relatam que as “limitações em delegar autoridade” contribuem para “atrasos na tomada de decisões e baixa eficiência na implementação” das atividades do NBD.
Prasanna Salian, diretor do Departamento de Assuntos Econômicos do Ministério das Finanças da Índia, alega que o “banco está atrasado no cumprimento da maioria de suas metas estratégicas para o período de cinco anos”.
“A administração deve fazer esforços imediatos para melhorar a execução do banco e reduzir o atraso nos próximos anos”, disse Salian. “De forma geral, há uma necessidade urgente de priorizar atividades, usar recursos limitados de forma criteriosa, ter planejamento efetivo esforços rigorosos para execução e coordenação eficiente.”
Funcionários acusam Dilma de praticar assédio moral
A Folha obteve relatos de seis funcionários e ex-funcionários do NBD, que acusam Dilma Rousseff de praticar abuso moral em grande escala. Os colaboradores pediram que não fossem identificados.
Segundo os delatores, ofensas como “burro”, “burra” e “ignorante” parecem integrar o vocabulário da presidente. Eles afirmam que Dilma também costuma dizer frases como “você não presta para nada”, “você não serve para porra nenhuma”, “você nunca mais vai arrumar outro emprego” e “você escreve com os pés”.
Atuais e ex-funcionários relatam que, em algumas situações, é possível ouvir as repreensões da petista em outros andares da instituição.
Além disso, dois colaboradores teriam procurado assistência psicológica por causa da carga de trabalho exaustiva. Eles argumentam que Dilma evitou conceder folgas aos funcionários que trabalham diretamente com ela. Nesse sentido, também impôs jornadas que começam às 6 horas e se estendem até as 21 horas.
Gestão da petista sofre “paralisia“
Ashwani K. Muthoo, diretor-geral do Escritório de Avaliação Independente do NBD, destaca que “o volume de empréstimos do banco ficou aquém do que foi previsto na estratégia geral para 2017-2021 e desacelerou mais em 2022 e 2023”.
Relatórios internos também sugerem que a presença da Rússia reduziu a competitividade e aumentou o custo de captação do grupo. Eles mostram que, sob a gestão de Marcos Troyjo, ex-presidente do NBD, uniram-se à instituição Egito, Emirados Árabes Unidos e Bangladesh. Na administração de Dilma, não há novos integrantes.
Outro relatório elenca que “a ausência de um processo de tomada de decisão ágil e consistente também compromete a capacidade de resposta e a eficiência geral do banco”. Ele afirma que o “banco continuará enfrentando sérios obstáculos” caso não haja mudanças substanciais.
Assessoria nega acusações contra Dilma
Procurada pela Folha, a assessoria de imprensa da instituição afirmou que “não é apropriado concluir que o NBD não atingiu as metas, pois o ciclo estratégico ainda está em andamento”.
“Quando a presidente Dilma chegou, em março de 2023, o banco enfrentava uma grave crise de liquidez”, alega a assessoria. “Ele havia passado 15 meses sem realizar uma emissão em dólares.”
Em relação às demissões em massa, a assessoria afirma que a rotatividade de funcionários atingiu seu ápice em 2023, com 15%. No ano seguinte, o índice se normalizou para 5%. “O NBD não viu qualquer queda na produtividade ou eficiência em relação às taxas de rotatividade”, justificaram.
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Sobre os relatos de assédio moral, a assessoria argumentou que não comentaria o tema, pois não “há caso de assédio moral no departamento de conformidade e investigações do banco relacionadas à presidente”.
Por fim, a assessoria informou ainda que o banco opera das 9h às 17h15. Esclareceu também que a empresa não obriga nenhum colaborador a começar o expediente às 6h. Também garante a todos folgas regulares, conforme as normas estabelecidas.
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