‘O Oriente Médio responde mais à força’, diz especialista

A presença do Hamas como uma entidade terrorista comprometida com a destruição de Israel é o principal ponto que tem dificultado a continuidade do cessar-fogo na Faixa de Gaza.

A exigência de Israel é que o Hamas deixe o poder, algo que o grupo terrorista se recusa. O acordo com o Hamas pela libertação de mais reféns está paralisado depois do fim, neste sábado, 1, da primeira etapa da negociação.

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“O problema central ainda não foi resolvido”, afirma a Oeste a coordenadora do grupo Hilel ano Rio de Janeiro, Daphne Klajman. Como membro do Hilel Internacional, a instituição não tem fins lucrativos e é voltada para a juventude da comunidade judaica carioca. 

Israel, sob a perspectiva do retorno dos 59 reféns ainda sob o controle do Hamas, tem interesse em dar continuidade às negociações, sem que seu objetivo final seja atendido de forma imediata.

“Para Israel, a volta dos reféns representa um objetivo crucial e tangível, já que a população israelense, composta por jovens no serviço militar obrigatório e reservistas que interromperam suas vidas para lutar nessa guerra, precisa desse retorno para manter a perseverança e a moral do país”, destaca a especialista. “Cada reunião das famílias dos reféns impulsiona ainda mais a determinação do exército e da sociedade.”

Mesmo assim, a total retirada do grupo terrorista do poder não saiu do radar do governo israelense. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pensa da mesma maneira e sua presença nas negociações serviu para acelerar esse processo. Até agora, ele vem obtendo êxito, por ter entendido, segundo Klajman, as características da região.

“A realidade é que o Oriente Médio responde mais à força do que a ambiguidades diplomáticas”, ressalta Rajman. “A administração Trump compreende essa dinâmica e opera dentro dessa lógica, priorizando acordos tangíveis e não meros apelos internacionais.”

Futuro da região

Essa abordagem tem impacto direto na forma como as negociações evoluem e pode ser um fator que levará a novos desdobramentos, tanto em relação ao conflito entre Israel e Hamas quanto ao futuro da região como um todo.

“A volta de Trump ao cenário político reintroduz uma abordagem mais transacional e pragmática à diplomacia dos EUA”, prossegue a especialista do Hilel. “Seu histórico com os Acordos de Abraão [com Emirados Árabes e Bahrein, em 2020] demonstra que ele prioriza resultados concretos sobre processos diplomáticos tradicionais.”

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Mais cedo ou mais tarde, esta postura necessariamente irá alcançar um dos principais suportes do Hamas, o Irã.

“Haverá postura mais assertiva em relação ao Irã, um dos principais financiadores do Hamas, e maior pressão sobre aliados regionais para garantir uma solução prática e não apenas simbólica.’

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