O influenciador digital Thiago Torres publicou nesta quinta-feira, 6, uma mensagem em seu perfil no Instagram que vem ganhando cada vez mais repercussão. Torres mostra um vídeo em que aparece rasgando uma bandeira de Israel e, em seguida, descartando-a em uma caixa de lixo por ele pisoteada.
O vídeo ilustra a ação do rapaz que diz ter ameaçado um grupo de pessoas que exibia a bandeira de Israel durante o Carnaval em Salvador. Torres escreveu. “Um grupo de israelenses tava levantando a bandeira desse Estado ass4ssino e rac1sta ontem aqui no carnaval de Salvador. Cheguei neles e falei que ou guardavam a porr4 da bandeira ou iam ficar sem ela. Tá aí o resultado”.
Influenciador pede para críticos: “Criem vergonha”
Em seguida, o influenciador acrescenta um novo texto em que critica principalmente as pessoas que estariam lhe acusando de antissemitismo, que é a hostilidade, o preconceito ou a discriminação contra judeus. Nesse sentido, o rapaz afirmou:
“Pra quem está me acusando de ‘antissemitismo’, criem vergonha na cara e deixem de ser desonestos. Criticar um Estado e suas políticas genocidas não tem absolutamente nada a ver com odiar algum povo ou grupo étnico-racial que viva sob esse Estado. Criticar o Estado brasileiro significa ser racista com o povo brasileiro, por acaso? Larguem de ser burros”.
No Instagram, Torres adiciona cinco imagens. Na primeira, ele aparece com a bandeira na mão e fazendo um gesto obsceno logo depois de ter supostamente arrancado o símbolo das pessoas que a exibiam em meio aos foliões. No segundo vídeo, ele mostra, do mesmo modo, essas pessoas agitando a bandeira, dando a entender que caminhava para lá no sentido de intimidá-las.
Em um terceiro vídeo, Torres, com a ajuda de uma outra pessoa que segura a bandeira, rasga o tecido com o auxílio de uma chave. Nas imagens 4 e 5 ele reproduz reportagens que atribuem a Israel a morte de milhares de palestinos, entre eles, crianças. Confira no link abaixo:
A reportagem da Oeste fez contato com Thiago Torres pelo WhatsApp. O influenciador, que não quis dizer de que local falava, se negou a responder várias questões. “Não vou responder à maioria das perguntas porque sei que são maliciosas”. No entanto, ele reiterou sobretudo serem “desonestas” as acusações de que estaria cometendo antissemitismo.
Oeste: Como foi a abordagem? Houve algum tipo de conflito?
Torres: Houve discussão. Eles falavam inglês. Estavam num grupo de uns dez e eu sozinho. Logo, ao contrário do que estão dizendo por aí, eles não correram qualquer risco. Eu é que me expus. Mas muitas pessoas desconhecidas ao redor me apoiaram gritando ‘Fuck Israel, Free Palestine’, por exemplo.
A maioria das manifestações em seu perfil reprova a sua postura. O que você tem a dizer?
Todo mundo tem o direito de discordar de mim e da minha atitude, mas estou achando extremamente desonesto me acusarem de antissemitismo. Não falei em nenhum momento que fiz qualquer coisa por supostamente serem judeus, porque obviamente não foi o caso. Minha crítica é unicamente ao Estado de Israel, ao seu governo e ao seu Exército, que estão exterminando o povo palestino. Um ex-deputado disse no Instagram que vou ser processado. Vejo isso como assédio judicial. Sei que não fiz o que estão me acusando. Porém, também sei que a Justiça não é justa e tem lado.
Você se arrepende do que fez em Salvador?
Não me arrependo. Hastear a bandeira de Israel hoje representa apoio ao genocídio e ao apartheid que esse Estado está realizando na Palestina. Um símbolo desses não deve ser aceito em lugar nenhum, principalmente aqui no Brasil, onde a Polícia Militar usa armas compradas do Exército de Israel para matar moradores de favelas.
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