O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adiou as tarifas de importação que impôs ao setor automotivo do Canadá e México em um mês. O recuo estratégico ocorreu depois de conversas com as montadoras Ford, General Motors e Stellantis, que reclamaram que os impostos as prejudicariam em relação às rivais estrangeiras.
“O presidente está concedendo a elas uma isenção por um mês para que não fiquem em desvantagem econômica”, disse a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, nesta quarta-feira, 5.
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A Casa Branca afirmou que a isenção também se aplicaria a outras montadoras que operam na América do Norte, desde que cumpram os requisitos de conteúdo do Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA), assinado por Trump em 2020.
Nas últimas três décadas, as montadoras desenvolveram operações altamente integradas nos EUA, México e Canadá, com alguns veículos que cruzam a fronteira várias vezes durante a montagem. A tarifa de 25% sobre importações dos vizinhos ao norte e ao sul dos EUA poderia colocar esse sistema em risco.
Trump quer que as montadoras façam mais de sua manufatura nos EUA. “Esse é o objetivo final”, disse Leavitt. O alívio tarifário não contempla os demais produtos que os EUA importam do Canadá e do México, como madeira, produtos agrícolas, tequila e uísque.
As ações tiveram alta, já que os investidores esperavam um alívio tarifário adicional. O índice Dow Jones Industrial Average subiu 485 pontos na quarta-feira, 5, e recuperou mais de um terço das perdas dos dois dias anteriores.
Canadá, China e México reagem a ‘tarifaço’ de Trump
Canadá, China e México anunciaram novas tarifas de importação sobre produtos dos EUA, em resposta às medidas tarifárias implementadas por Trump.
O Canadá foi o primeiro a reagir e anunciou uma medida retaliatória na última segunda-feira, 3, logo depois de o presidente dos EUA confirmar que as novas taxas de 25% sobre as importações do Canadá e do México entrariam em vigor.

“Nossas tarifas permanecerão em vigor até que a ação comercial dos EUA seja retirada e, caso as tarifas dos EUA não cessem, estamos em discussões ativas e contínuas com províncias e territórios para buscar diversas medidas não tarifárias”, disse Trudeau.
Já a China impôs tanto novas tarifas, de 10% a 15%, sobre as exportações agrícolas dos EUA, quanto novas restrições de exportação e investimento a 25 empresas norte-americanas, com justificativa de “segurança nacional”.
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Produtos como frango, trigo, milho e algodão sofrerão uma taxa adicional de 15%, enquanto soja, sorgo, carne suína, carne bovina, produtos aquáticos, frutas, vegetais e laticínios terão um aumento de 10%. Essas medidas entram em vigor em 10 de março.
Por fim, o México, através da presidente Claudia Sheinbaum, criticou as tarifas impostas pela Casa Branca e anunciou que tomaria medidas retaliatórias. Ela disse que não há justificativa para a imposição das taxas de 25% sobre os produtos mexicanos e destacou a colaboração do país com os EUA em questões como migração e combate ao tráfico de drogas.
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