O governo dos Estados Unidos estruturou um plano para encerrar mais de dez consulados no exterior ainda neste semestre e avalia a possibilidade de reduzir ainda mais sua presença diplomática. Entre as representações dos EUA que podem ser afetadas está o consulado norte-americano em Belo Horizonte.
A informação foi divulgada pelo jornal The New York Times. Apesar disso, o Departamento de Estado ainda não confirmou se a unidade em Belo Horizonte será de fato fechada. Além da redução de consulados, o governo norte-americano planeja demissões de funcionários locais que atuam em missões diplomáticas. Esses trabalhadores representam dois terços da força de trabalho da pasta e, em muitos países, são fundamentais para fornecer informações estratégicas aos diplomatas.
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A decisão pode comprometer os esforços dos EUA para fortalecer parcerias internacionais e coletar informações relevantes. A lista de representações diplomáticas que podem ser encerradas inclui, além de Belo Horizonte, unidades em Rennes, Lyon, Estrasburgo e Bordeaux, na França; Dusseldorf, Leipzig e Hamburgo, na Alemanha; Florença, na Itália; e Ponta Delgada, em Portugal.
Política de cortes e redução da presença global
Os fechamentos fazem parte da estratégia do governo Donald Trump dentro da política “América Primeiro”, que busca diminuir a presença internacional dos Estados Unidos.
Enquanto os EUA reduzem sua presença global, a China aumentou sua rede diplomática, e ultrapassou os norte-americanos no número de postos no exterior. Segundo um estudo do Instituto Lowy, os Estados Unidos mantêm 271 postos diplomáticos, enquanto a China opera 274. O país asiático fortaleceu laços com nações da Ásia, África e organismos internacionais.
Demissões e cortes orçamentários nos EUA
Nos últimos meses, o Departamento de Estado registrou um aumento expressivo de pedidos de demissão. Nos dois primeiros meses de 2025, cerca de 700 funcionários, entre eles 450 diplomatas de carreira, deixaram seus cargos. Até 2024, a média anual era de 800 desligamentos.
As reduções fazem parte de um esforço para cortar até 20% do orçamento operacional do Departamento de Estado. O processo foi acelerado por uma equipe liderada por Elon Musk, que promove cortes em várias agências governamentais sob o argumento de eliminar desperdícios.
Telegrama alerta sobre revisão de contratos
O Departamento de Estado notificou o Congresso sobre os fechamentos no mês passado. Além disso, representantes do órgão informaram que pretendem encerrar o consulado em Gaziantep, na Turquia, unidade estratégica para a gestão da crise de refugiados sírios.
Na quarta-feira, um telegrama enviado de Washington instruiu funcionários das embaixadas a identificarem “desperdício, fraude e abuso”, justificativa usada por Musk para promover cortes. Os servidores foram orientados a revisar contratos que variam de US$ 10 mil a US$ 250 mil.
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