Golpes financeiros superam os R$ 10 bilhões em 2024

Entre 2023 e 2024, o mercado brasileiro registrou um acréscimo de R$ 1,5 bilhão no volume de dinheiro subtraído ilegalmente. O desvio desses recursos ocorreu por meio de golpes no sistema financeiro. O prejuízo subiu 17% no período. Saltou de R$ 8,6 bilhões para R$ 10,1 bilhões, conforme a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em reportagem no jornal Folha de S.Paulo.

Os dados se referem principalmente ao rombo no setor bancário, que também recai sobre os clientes. A maior parte do prejuízo concentra-se sobretudo em fraudes sobre canais eletrônicos e cartões de débito. No total desses casos, as perdas somam R$ 10 bilhões nos dois anos.

Golpes crescem 43% no Pix

Os golpes que têm relação com o Pix também estão em tendência de alta. Nesta modalidade de transação, os desvios acumulados em dois anos alcançam a cifra de R$ 2,7 bilhões. Em relação a 2023, houve um crescimento de 43% no volume de operações fraudulentas via Pix.

“Nós nos ressentimos de marcos legais mais rigorosos, para garantir segurança, para que possamos extirpar do meio bancário esses marginais”, diz a Febraban.

Segundo a lei brasileira, considera-se crime cibernético o estelionato por meio de dispositivo eletrônico. Da mesma forma, enquadram-se a invasão de aparelhos informáticos e a comercialização de informações vazadas. Há ainda delitos como interrupção de serviços de comunicação, falsificação de documentos e clonagem de cartões. Quadrilhas recorrem a mentiras e a recursos tecnológicos para cometer essas fraudes.

Para o secretário-geral da Interpol, Valdecy Urquiza, é difícil tipificar os delitos que ocorrem na internet. Da mesmo forma, é quase inviável levá-los à Justiça e conseguir uma condenação dos suspeitos em primeira instância. “Os criminosos, na internet, reduzem os riscos de enfrentamento às forças de segurança e de prisão em flagrante”.

Legislação favorece reincidência  

No Brasil, as fraudes virtuais ainda não se enquadram como crime violento. Nesse contexto, as polícias e o Ministério Público têm dificuldades para conseguir prisões preventivas, o que permite que os acusados aguardem seus julgamentos em liberdade.

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