Pouca gente conhece o nome Gabriella Sarmiento Wilson, mas uma multidão sabe perfeitamente quem é H.E.R. Pelo menos aqueles realmente fãs, que acompanham a carreira da artista desde seu primeiro EP, H.E.R. Volume 1. Neste trabalho ela já revelava que o nome artístico H.E.R. é um acrônimo para Having Everything Revealed (Tendo Tudo Revelado). Pois H.E.R., além de cantar, compor e atuar, agora também é diretora de cinema. Ela está lançando seu primeiro longa-metragem, o documentário The Makings of Curtis Mayfield, durante o Festival South by Southwest, mais conhecido como SXSW, que ocorre neste momento em Austin, Texas, Estados Unidos. O SXSW vai até este sábado, 15.
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The Makings of Curtis Mayfield explora o legado e a profunda influência musical e cultural do cantor, compositor, guitarrista, produtor e empreendedor Curtis Mayfield. O filme traz um olhar pessoal e focado na composição influente de Mayfield, na forma inovadora do músico com a guitarra, no trabalho de trilha sonora de filmes e em sua capacidade de escrever com diferentes perspectivas. H.E.R. não quis deixar nenhum detalhe escapar e apresenta Curtis Mayfield desde sua infância, o início na música, seus hinos de direitos civis e até suas canções de amor. Para a novata diretora, o filme é mais do que uma homenagem a Mayfield, mas um tributo sobre seu impacto direto em alguns dos artistas mais renomados dessa geração.
Mayfield influenciou artistas e definiu o som do R&B
Curtis Mayfield é considerado um dos pioneiros do soul e do funk. Sua carreira começou nos anos 1950, quando ajudou a fundar o grupo The Impressions, cuja canção People Get Ready foi um grande sucesso e se tornou um hino dos direitos civis nos Estados Unidos. Nos anos 1970, Mayfield arriscou-se na carreira solo, explorando temas sociais e políticos. Seu álbum mais icônico é Super Fly (1972), álbum de trilha sonora do filme homônimo dirigido por Gordon Parks Jr. Na trilha há clássicos como Freddie’s Dead e Pusherman. Ao longo de sua carreira, influenciou artistas e definiu o som do R&B moderno, estabelecendo-se como um dos principais nomes da soul music. Em 1990, sofreu um grave acidente que o deixou tetraplégico. Ele continuou compondo e gravando até sua morte, em 1999.
Não é difícil de imaginar que a própria H.E.R. figura entre os artistas influenciados por Mayfield, mesmo sendo bastante jovem. Ela nasceu em 27 de junho de 1997. Hoje uma famosa e aplaudida cantora, compositora e multi-instrumentista, H.E.R. iniciou sua carreira ainda criança, participando de competições musicais. Já aos 14 anos de idade conseguiu assinar seu primeiro contrato com uma gravadora. Em 2016 ela ganhou destaque ao lançar seu primeiro single, H.E.R. Volume 1, adotando uma identidade misteriosa, sem revelar seu rosto publicamente.

Seguindo os passos de boa parte dos jovens californianos, H.E.R. apresentou-se com uma sonoridade que mistura R&B, soul e hip-hop, mas somou a isso seu gosto particular pelo jazz e a grande influência de clássicos da black music, como Prince, Alicia Keys, Lauryn Hill, D’Angelo e Stevie Wonder. Seu álbum de compilação H.E.R. (2017) lhe rendeu dois prêmios Grammy, incluindo Melhor Álbum de R&B. Em 2021, venceu o Oscar de Melhor Canção Original com Fight For You, do filme Judas e o Messias Negro. Além de sua voz marcante, H.E.R. é praticamente a versão feminina de Prince como instrumentista, tocando guitarra, piano, bateria e baixo. H.E.R. colaborou com artistas como Daniel Caesar, Bryson Tiller e Chris Brown, consolidando-se como uma das principais vozes do R&B contemporâneo.
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