Matrículas em cursos ligados ao agro crescem 26% na última década

Dados presentes na 15ª edição do Mapa do Ensino Superior no Brasil, publicado pelo Instituto Semesp na última semana, revelam que os cursos presenciais relacionados ao agro tiveram um crescimento de 26% entre 2013 e 2023, em contraste com a queda de 29,1% nas matrículas presenciais em outras áreas.

Esse avanço foi impulsionado tanto pela rede privada, que registrou um aumento de 43,2%, quanto pela rede pública, que teve um incremento de 12,5%. O agrossistema, conforme descrito no relatório, engloba cursos como Agronegócio, Agrocomputação, Ecologia, Meio Ambiente, Meteorologia, Energias Renováveis, Biotecnologia e Ciências Ambientais.

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A relevância econômica do agro e a necessidade de soluções sustentáveis frente aos desafios climáticos foram apontadas como fatores para essa ascensão. A maior concentração de matrículas foi observada nos Estados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, que possuem forte vocação agrícola e infraestrutura educacional consolidada.

O relatório também pontua que os profissionais formados nessas áreas têm uma vantagem salarial. “Os profissionais formados em cursos relacionados ao Agrossistema recebem, em média, 9,4% a mais do que os de outras áreas”, revela o estudo.

Este diferencial salarial foi atribuído à alta demanda por conhecimento técnico e inovação no setor agroindustrial, que está em constante modernização. A empregabilidade também é um fator positivo, de acordo com a publicação.

Dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) e da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais) mostram que os egressos dos cursos do agrossistema possuem uma taxa de inserção no mercado de trabalho 15% superior à média dos demais formados.

Cursos superiores do agro em alta

A expansão desses cursos contrasta com a queda generalizada nas matrículas presenciais, que tiveram um decréscimo de 1% entre 2022 e 2023, enquanto a EAD cresceu 13,4% no mesmo período. No entanto, o crescimento de 1,4% nos ingressantes em cursos presenciais, puxado pela rede pública (+5,3%), demonstra um movimento tímido de recuperação.

No entanto, o texto também relata que a taxa de evasão nos cursos presenciais do agrossistema ainda é um desafio, com índices que ultrapassam 40% em algumas regiões. O Semesp pontua a falta de políticas públicas para permanência estudantil como um dos fatores para esse cenário.

O relatório ainda destaca a importância estratégica do Brasil no cenário global de sustentabilidade, especialmente com a realização da COP30 em 2025, que reforça a necessidade de formar profissionais capacitados para integrar práticas sustentáveis na produção agrícola e industrial.

Para o Semesp, o crescimento dos cursos ligados ao agrossistema reflete a expansão do setor agrícola brasileiro e a busca por inovação e sustentabilidade em um mercado em transformação. Com a vantagem salarial e a alta taxa de empregabilidade, a área se consolida como estratégica para o desenvolvimento do país.

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