Paradise insere assassinato do presidente num complexo drama distópico

É notável como alguns criadores/roteiristas têm a capacidade de, em uma única série, fazer uma abordagem tão ampla e ao mesmo tempo marcante de tantos assuntos. Dan Fogelman é um desses caras, que volta a conquistar a audiência na série Paradise. Fogelman foi elogiado e premiado pelo trabalho em This Is Us, um projeto que apresentou uma forma inovadora de narrar uma história — sobre a memória, com idas e vindas no tempo, mas com uma técnica surpreendente de recontar os fatos de um episódio inteiro a partir de um ponto de vista completamente diferente e inesperado. Sterling K. Brown, ator que em This Is Us interpretou um dos personagens mais fortes e dramáticos, obviamente não seria esquecido e foi novamente escolhido por Fogelman para encabeçar Paradise.

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Produzida pela 20th Television e Hulu (divisão da Disney Company), Paradise estreou em janeiro de 2025, no Disney+. Inicialmente, parecia ser apenas mais uma série sobre uma cidade pacata cuja população inesperadamente se vê às voltas com um assassinato, desencadeando uma investigação minuciosa em que qualquer um pode ser o criminoso. Não é tão simples. Além do suspense criminal, o desenrolar dos fatos revela que Paradise também é uma obra de ficção científica embalada num complexo drama político.

As linhas do tempo não são refilmadas sob um novo ângulo (como em This is Us), mas Fogelman não deixa de utilizar a técnica do flashback e múltiplas linhas temporais para aprofundar a complexidade dos personagens. Assim, com uma produção que se destaca pela qualidade técnica e narrativa — Fogelman mais uma vez conta com os produtores executivos John Requa e Glenn Ficarra —, tudo é construído a partir de uma abordagem que mantém o espectador imerso na trama.

Distopia e o controle de uma sociedade utópica

Sterling K. Brown interpreta Xavier Collins, um agente do Serviço Secreto que tem a função de ser uma sombra do jovem presidente dos Estados Unidos, Cal Bradford, interpretado por James Marsden. Mas mesmo com toda a qualificação e experiência de Xavier, acontece o inesperado: o presidente Bradford é encontrado morto. Quando as investigações começam, imediatamente o público percebe o quão estranho é tudo aquilo.

Sterling K. Brown
Depois do sucesso em “This is Us”, Sterling K. Brown impressiona em “Paradise” | Foto: Divulgação/Disney +

Que cidade pacata é essa? Como assim, presidente dos Estados Unidos? Onde está a Casa Branca? É aí que se apresenta a genialidade de Dan Fogelman e sua habilidade de criar o inesperado. Ao longo dos oito episódios, o espectador vai descobrindo uma série distópica, ambientada num mundo construído após eventos catastróficos. Mais do que isso, um mundo fictício e projetado para representar uma superficialidade utópica que serve somente como máscara para esconder segredos sombrios.

Dan Fogelman é o criador de Paradise, que demarcou os principais detalhes da intrincada história, mas ele conta com roteiristas experientes que colocam aqui e ali temas atuais como mudanças climáticas, a relação entre poder e moralidade, e o isolamento de uma sociedade inteira (tal qual uma pandemia) que desencadeia crises internas e ansiedades sociais.

De alguma forma, trata-se de um cenário imaginário como aquele de O Show de Truman (1998). Mas Paradise vai além ao inserir a distopia, remetendo o público já experiente em séries a projetos como The 100, que retrata sobreviventes retornando à Terra após um apocalipse nuclear, e The Leftovers, que aborda as consequências de um evento misterioso que faz desaparecer parte da população mundial.

Depois de uma primeira temporada de grande sucesso, a 20th Television e Disney anunciaram que Paradise foi renovada para uma segunda temporada. As filmagens estão programadas para começar em abril de 2025, com estreia prevista para o início de 2026.

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