Nos loucos anos 1980, Arnaldo Antunes, ainda integrante dos Titãs, convidou Haroldo de Campos para sair em turnê, viajando no ônibus da banda. Findo um dos shows, o poeta concreto se viu rodeado por jovens descamisados, que mais pareciam um time de rúgbi, entoando cantigas para celebrar o visitante erudito. Em dado momento, Haroldo não resistiu à tentação de teorizar o que acabara de ver em cena. Disse que, em oposição à coreografia mais placentária do vocalista Branco Mello, a performance de Antunes se assemelhava à estrutura cubista, porque sua movimentação engendrava, no espaço vazio, ângulos, vértices e arestas.
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