Cinema brasileiro teve Branca de Neve negra em 1979

A nova versão de Branca de Neve da Disney está sendo uma unanimidade de crítica. Todos os comentários notam a fraqueza de um filme mais preocupado em passar regras woke do que contar uma história milenar. O radicalismo esquerdista da protagonista Rachel Zegler só tem piorado a má fama da produção. O fato de uma morena latina fazer o papel de uma personagem descrita pelos irmãos Grimm como “de pele branca como a neve” é um dos seus pontos polêmicos.

Pois em 1979 o cinema brasileiro contou a mesma história com uma atriz negra no papel de “Clara das Neves”. Histórias que Nossas Babás não Contavam pertence à onda de “porno chanchadas”, tão popular durante os anos 1970 e 1980. Claro que essa versão brasileira não tinha nada de woke – seu humor era grosseiro, com toques cheios de preconceito, homofobia e puro racismo. O filme satirizava a situação do Brasil na época e até a anistia de 1979 era citada.

Mas eram outros tempos, e o filme foi um sucesso tão grande que ganhou uma versão para exportação em espanhol:

O papel de Clara das Neves foi entregue à atriz Adele Fátima. Costinha fazia o “Caçador de Veados”. Meiry Vieira, outra estrela de pornochanchadas, era a Rainha. Os anões dessa versão viviam sexualmente excitados por Clara das Neves. O filme foi dirigido por Oswaldo de Oliveira, que já havia comandado obras com títulos sugestivos como “As meninas querem… os Coroas Podem” (1976) e “Os Garotos Virgens de Ipanema” (1973).

Foi uma época que hoje provoca uma certa nostalgia, apesar do baixo nível cultural das produções. O cinema brasileiro ainda não era prisioneiro de uma ideologia.

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