O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou no X, nesta segunda-feira, 24, um trecho de sua entrevista ao podcast Inteligência Ltda no qual comenta o caso que envolve o ex-assessor especial Filipe Martins.
No vídeo, Bolsonaro afirma que Martins foi preso sob a “alegação falsa” de que fez uma viagem aos Estados Unidos junto do ex-presidente.
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“Se ele estivesse junto comigo no avião, não teria problema nenhum”, afirmou Bolsonaro. “Ele não estava lá. O que deve ter acontecido, e com toda a certeza aconteceu: olharam para a cara dele [e disseram]: ‘Vamos dar uma cana nesse cara. […] Deixa um tempo preso e ele vai abrir a boca, falar o que nós queremos’. Ele passou seis meses preso, dez dias na solitária […] e ele não tinha o que falar.”
“Eu fui esculachado várias vezes pela Polícia Federal”, disse o ex-presidente. “Por que a PF não me convocou também para responder se o Filipe Martins estava no avião de 30 de dezembro [de 2022] para os Estados Unidos?”
Na legenda da postagem, Bolsonaro reforçou que Martins passou meses em “uma prisão ilegal e abusiva, incluindo um período numa solitária sem iluminação, enquanto tentavam extrair uma delação mentirosa mediante coação e tortura”.
– Filipe Martins foi preso sob a alegação falsa de que fez uma viagem para os EUA que ele nunca fez e que não estava proibido de fazer.
– Foram meses de uma prisão ilegal e abusiva, incluindo um período numa solitária sem iluminação, enquanto tentavam extrair uma delação… pic.twitter.com/3VOfJmhtdo
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 24, 2025
“Mesmo sob pressão, ele deixou claro que não delataria e que não tinha o que delatar. Ainda hoje segue preso em sua casa, sob censura e com todo tipo de restrição”, escreveu.
Para Bolsonaro, o caso de Martins é mais uma prova de que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes “está conduzindo o processo com abusos infinitamente mais graves” do que aqueles que a própria Corte dizia enxergar na Operação Lava Jato.
Bolsonaro culpa Carla Zambelli por derrota nas eleições
Na mesma entrevista, Bolsonaro atribuiu a derrota na eleição de 2022 à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). Ela sacou uma arma e perseguiu um apoiador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em uma rua no bairro dos Jardins, em São Paulo, na véspera do segundo turno.
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“A Carla Zambelli tirou o mandato da gente”, disse Bolsonaro. “Ela tirou o mandato da gente.”
Na visão do ex-presidente, os eleitores associaram a atitude de Zambelli à sua política de ampliação do porte de armas, o que teria lhe custado votos.
“Aquela imagem, da forma com que foi usada, a Carla Zambelli perseguindo o cara, aquilo teve gente falando: ‘Olha, o Bolsonaro defende o armamento’”, disse o ex-presidente. “Mesmo quem não votou no Lula anulou o voto. A gente perdeu. São Paulo estava bem, né?” perguntou Bolsonaro.
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“A gente estava com 20 pontos [de vantagem]”, respondeu o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que também participou da entrevista.
A parlamentar é ré no Supremo Tribunal Federal (STF) por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com emprego de arma de fogo.
O relator do caso, ministro Gilmar Mendes, quer pena de cinco anos e três meses de prisão para Carla Zambelli. O voto do magistrado havia sido acompanhado por Cármen Lúcia, Alexandre de Moraes e Flávio Dino, antes de Kassio Nunes Marques pedir vista.
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O pedido de vista suspende o julgamento, porém, os ministros Cristiano Zanin e Dias Toffoli anteciparam seus votos e consolidaram maioria.
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