Em entrevista à edição desta terça-feira, 25, do Jornal da Oeste, o deputado federal Evair Vieira de Melo (PP-ES) definiu o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como uma “maldita inquisição”.
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O parlamentar capixaba também classificou o processo como uma “avacalhação”, que, segundo ele, “mancha a história da Suprema Corte” do país.
Os ministros que compõem a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) começaram a julgar, nesta terça-feira, Bolsonaro e seus aliados pela suposta tentativa de golpe de Estado.
Os acusados são:
- Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente da República;
- Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência;
- Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
- Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
- Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
- Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
- Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e
- Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e candidato a vice-presidente em 2022.
Os ministros que compõem a 1ª Turma do STF são:
- Cristiano Zanin (presidente);
- Alexandre de Moraes (relator da denúncia);
- Luiz Fux;
- Flávio Dino; e
- Cármen Lúcia.
Ao Jornal da Oeste, Evair de Melo afirmou que hoje foi o “dia mais triste para o ordenamento jurídico brasileiro”. Segundo o parlamentar, os advogados dos acusados não tiveram a mínima condição de fazer uma defesa técnica.
“Havia deboche quando os advogados faziam uma interpelação mais incisiva aos ministros do Supremo”, disse Evair de Melo, ao afirmar que há uma “ação orquestrada” entre os magistrados para condenar os acusados.
Zanin chamou os acusados de “réus”
Segundo o deputado capixaba, isso se tornou evidente quando o ministro Cristiano Zanin, que preside a 1ª Turma do STF, chamou Bolsonaro e os demais acusados de “réus”. Isso ocorreu no fim da sessão da manhã desta terça-feira.
“A turma, por unanimidade, resolveu a questão de ordem suscitada pelo doutor Celso Sanchez Vilardi, advogado do denunciado Jair Messias Bolsonaro, no sentido de indeferir que o colaborador Mauro César Cid se manifeste antes dos demais ‘réus’… Denunciados, desculpe, neste momento processual”, disse Zanin, ao ler o relatório.
Depois da leitura, parlamentares da oposição se manifestaram nas redes sociais. A deputada federal Caroline De Toni (PL-SC), por exemplo, indagou se houve “apenas um equívoco ou um presságio da votação” que ocorreria depois do intervalo.
O que diz a defesa de Bolsonaro
Durante o julgamento, a defesa de Bolsonaro negou que o ex-presidente teria integrado uma suposta organização criminosa para aplicar um golpe de Estado.

Durante a sustentação oral, o advogado Celso Vilardi afirmou que Bolsonaro foi o “presidente mais investigado da história do país”. Mesmo assim, “não foi encontrado absolutamente nada contra ele”.
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