Charles Manson se nega a desaparecer

Charles Manson (1934-2017) era para ser apenas mais um marginalzinho desses que somem e ninguém mais fica sabendo dele. Mas uma série de eventos o transformaram num mito. Na década de 1960, Manson reuniu um grupo de hippies fanáticos por ele e praticou técnicas de lavagem cerebral nos seguidores.

Na noite de 8 de outubro de 1969 seus discípulos mataram em Los Angeles a atriz Sharon Tate (mulher do diretor Roman Polanski), aos oito meses e meio de gravidez e mais quatro amigos que estavam com ela. No dia seguinte, mais duas vítimas: Leno e Rosemary LaBianca. A investigação da polícia levou a um caso que nenhum roteirista de Hollywood podia imaginar – na cabeça de Manson estavam misturados os Beatles, trechos da Bíblia, o desejo de se tornar um astro do rock, racismo, drogas, gangs de motoqueiros e muito mais.

A história dos crimes de Charles Manson já rendeu vários filmes e documentários. O último longa foi Era uma Vez em Hollywood, lançado por Quentin Tarantino em 2019, com Leonardo DiCaprio e Brad Pitt. Agora, quase 56 anos depois dos crimes, Manson volta às nossas cabeças com o documentário Chaos: The Manson Murders (Netflix), baseado em livro de Tom O’Neill.

O documentário tem algumas originalidades – como criar uma edição “psicodélica” para dar um tom dos anos 1960. É interessante ver também os crimes do ponto de vista dos criminosos, em entrevistas e depoimentos.

Mas o ponto de vista de O’Neill é no mínimo controverso. Ele é adepto da teoria da conspiração de que Manson foi usado numa experiência da CIA para criar autômatos capazes de matar. Acha também que os crimes foram orquestrados para desacreditar os hippies, os Panteras Negras, e outras forças “de esquerda” que protestavam contra a guerra do Vietnam. Mas, no final, o próprio O’Neill reconhece que o caso é tão complexo que ele não tem certeza de nada. Daí o nome do livro e do documentário – “caos”.

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