Democracia realmente em vertigem 

Em reportagem publicada na Edição 261 da Revista Oeste, Adalberto Piotto fala da quebra da separação entre os Três Poderes no Brasil. Esse princípio, historicamente determinante para a saúde de uma democracia, ficou para trás no Brasil da perseguição política a opositores e do Judiciário abertamente arbitrário. 

No entanto, enquanto os detentores do poder se isolam entre si, a popularidade do governo não para de cair, como revelam pesquisas de opinião recentes.

Leia um trecho da reportagem sobre a erosão das democracia nacional

“Quando o Brasil vivia apenas as crises que a democracia prevê, como debates tensos e intensos entre governistas e oposição — inclusive quando estes trocam de lado —, reformas de legislação pelo Congresso e até escândalos, o respeito pela democracia sempre teve remédio para tudo. Veja que a Constituição de 1988, feita sob a emoção e a pressão da retomada democrática, prevê inclusive processos de impeachment de presidente da República. E tivemos dois, desde então. O lado perdedor gritou, esperneou, mas o processo feito sob o rigor da lei estável, que gera segurança jurídica, garantiu a transição e a recuperação do país. O único desvio aqui foi no fatiamento do julgamento de Dilma, ao não lhe tirar os direitos políticos, mesmo depois de apeada do cargo, como acontecera com Fernando Collor.

Mas o que pretendo frisar com esse exemplo é que a política brasileira, a que vive de voto e fez o texto constitucional, sempre encontrou saídas, mesmo no caso da ex-presidente, defenestrada que foi pelo eleitor na eleição seguinte. Ou seja, solavancos tivemos, mas nunca saímos da estrada institucional e democrática com que pavimentamos a vida nacional desde os anos 1980 do século passado. Agora, os remédios que temos parecem não servir mais, porque muita gente os rejeita na hora de combater a infecção pelo vírus do autoritarismo, que cinicamente prende e arrebenta em nome da defesa da democracia. E esse vírus, criado no laboratório do deep state e fartamente compartilhado entre pessoas sem os mínimos pudores democráticos, que assola o país de todos. Entre os infectados por opção, temos os criadores do vírus, os bem pagos para infectarem os outros, os incautos por uma ditadura pessoal que defenestre o seu opositor e, por fim, temos até os advogados das prerrogativas do vírus. É uma excrescência, uma praga que abala a saúde pública da cidadania brasileira.”

A reportagem “Irresponsabilidade extrema” está disponível a todos os mais de 100 mil assinantes da Revista Oeste.

Sidônio Palmeira, secretário de Comunicação Social do Brasil, ouve Lula após uma reunião para anunciar a submissão de um projeto de lei para expandir as isenções do imposto de renda ao Congresso Nacional, no Palácio do Planalto, em Brasília, Brasil (18/3/2025) | Foto: Reuters/Adriano Machado

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Revista Oeste

A Edição 260 da Revista Oeste vai além do texto de Adalberto Piotto. A publicação digital conta com reportagens especiais e artigos de J. R. Guzzo, Silvio Navarro, Rodrigo Constantino, Guilherme Fiuza, Alexandre Garcia, Cristyan Costa, Sarah Peres, Anderson Scardoelli, Carlo Cauti, Loriane Comeli, Flávio Gordon, Tiago Pavinatto, Augusto Nunes, Ana Paula Henkel, Dagomir Marquezi, Theodore Dalrymple, Daniela Giorno e Evaristo de Miranda.

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