Toffoli vota para manter anulação de atos contra Palocci na Lava Jato

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira, 28, pela manutenção da anulação de provas e atos processuais contra o ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, Antonio Palocci. Relator do caso, o magistrado reafirma a linha já adotada por ele, que invalidou decisões tomadas no âmbito da 13ª Vara Federal de Curitiba.

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O voto de Toffoli baseia-se na constatação de que houve ilegalidades e parcialidade no tratamento das ações que envolviam Palocci. No documento, o ministro cita que “os elementos de prova utilizados foram colhidos em um contexto que compromete a sua legitimidade, tornando imperativa a sua anulação para assegurar o devido processo legal”.

O magistrado também ressaltou a existência de indícios sólidos de que houve um “desvio de finalidade” nas investigações e nos processos que atingiram o ex-ministro, em linha com decisões recentes do STF que alegaram a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro e as irregularidades na Lava Jato.

Os crimes que Palocci confessou

Palocci confessou o pagamento de propinas no valor de R$ 333,5 milhões e, como réu confesso, firmou um acordo de colaboração premiada. Ele relatou ao então juiz Sergio Moro que havia um “pacto de sangue” entre Lula e o empresário Emílio Odebrecht que envolvia propinas de R$ 300 milhões.

Anos depois de usufruir dos benefícios como delator, a defesa de Palocci alegou que ele foi “pressionado” a assinar a delação, ao citar diálogos obtidos por meio de um hacker, que acessou conversas de membros da Lava Jato. Esse vazamento foi, posteriormente, investigado na Operação Spoofing.

Palocci foi condenado a 18 anos de prisão. A pena, contudo, foi reduzida depois da colaboração premiada | Foto: Arquivo/Agência Brasil
Palocci foi condenado a 18 anos de prisão | Foto: Arquivo/Agência Brasil

Para Toffoli, essas conversas demonstram que houve “conluio processual” contra Palocci. A decisão de Toffoli não invalida o acordo de delação, que permanece em vigor. A multa imposta a Palocci no âmbito da colaboração premiada, de R$ 37,5 milhões, também segue válido.

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