Um estudo de larga escala revelou uma possível ligação entre emulsificantes alimentares e o aumento do risco de câncer. A pesquisa NutriNet-Santé analisou dados de mais de 90 mil pessoas e apontou que certos aditivos podem estar associados a diferentes tipos da doença.
Embora a causalidade não esteja comprovada, os resultados levantam preocupações sobre esses compostos. Cientistas da Universidade de Paris e de outras instituições investigaram a presença de emulsificantes em alimentos ultraprocessados.
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Produtos como margarinas, sorvetes e molhos industrializados contêm essas substâncias para estabilizar misturas. O acompanhamento dos participantes ocorreu por anos, registrando o desenvolvimento de doenças ao longo do tempo.
Os dados indicam um aumento de 15% no risco de câncer em geral entre os consumidores frequentes. O risco de câncer de mama cresceu 24%, enquanto o de próstata subiu 46%. Alguns estudos sugerem que emulsificantes podem alterar a microbiota intestinal, contribuindo para inflamações crônicas e danos celulares.
Pesquisas anteriores apontam que esses compostos podem comprometer a barreira intestinal. Um estudo de 2023, publicado na revista científica Nature, indicou que o consumo elevado poderia favorecer o crescimento de bactérias prejudiciais.
Esse fenômeno estaria ligado a doenças inflamatórias, como colite e doença de Crohn, associadas ao câncer colorretal.
Ingestão de ultraprocessados aumenta risco de câncer
Mathilde Touvier, coordenadora do estudo, destacou ao Medical News Today que a alta ingestão de ultraprocessados aumentou o risco de câncer. Os pesquisadores defendem a consideração dos achados em futuras regulamentações. O mercado ainda limita a obrigatoriedade de informações sobre emulsificantes nos rótulos.
O NutriNet-Santé, iniciado em 2009, foi pioneiro em investigações baseadas na internet. O estudo coleta dados alimentares e de estilo de vida de participantes da França e da Bélgica. O objetivo é entender como os hábitos alimentares impactam a saúde a longo prazo.
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A pesquisa também inspirou iniciativas semelhantes no Canadá, México e Brasil. Esses estudos buscam aprofundar o conhecimento sobre a relação entre dieta e doenças crônicas. Os resultados podem influenciar políticas de saúde e reformulações na indústria alimentícia.
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