O ecólogo e engenheiro agrícola Evaristo de Miranda põe em xeque a utilidade da 30ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que está programada para ocorrer em Belém, capital do Pará, em novembro. Mais do que isso, ele sinaliza que edições anteriores do encontro também deixaram a desejar. Nesse sentido, lembra do Pacto de Kyoto.
“A terceira COP, ou COP3, ocorreu no Japão, em 1997”, informa Miranda, em artigo publicado na Edição 263 da Revista Oeste. “Ali, foi adotado o Protocolo de Kyoto. Ele entrou em vigor em 2005, com metas de redução de gases de efeito estufa para países desenvolvidos: -5,2% das emissões de 1990.”
Sobre os desdobramentos do acordo, Miranda, que trabalhou por mais de 40 anos na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, ressalta que determinados países aceitaram responsabilidades a mais que outros.
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“Japão, EUA e União Europeia assumiram compromissos maiores”, escreve o colunista. “Os países em desenvolvimento receberiam apoio tecnológico e financeiro para redução de emissões. O Brasil ratificou-o em 2002 (Decreto Legislativo nº 144).
O acordo, contudo, não prosperou com o passar do tempo. Os Estados Unidos, por exemplo, nunca chegaram a ratificá-lo e confirmaram a sua saída em 2001.

“O protocolo terminou enterrado, 18 anos depois de sua adoção”, afirma Miranda. “Um grande fiasco, um compêndio de viagens, muitos recursos a ONGs, surgimento do ambientalismo político e de muitos negócios de ‘base climática’.”
Do Pacto de Kyoto à COP30
Até chegar à análise do que esperar da conferência a ocorrer neste ano em Belém, Evaristo de Miranda relembra outros fracassos e acordos não cumpridos em edições anteriores do evento. Como uma linha do tempo da iniciativa, ele escreve o artigo “Quem se preocupa com a COP30?”.
O post Relembre o Pacto de Kyoto — que não serviu para nada apareceu primeiro em Revista Oeste.