O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) iniciou uma nova série de invasões de terra no fim de semana, dentro das ações do “Abril Vermelho”. Até esta segunda-feira, 7, o grupo já havia ocupado pelo menos 11 propriedades rurais e sedes de órgãos públicos em oito Estados: Minas Gerais, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, São Paulo, Ceará, Goiás e Rio de Janeiro.
As primeiras invasões ocorreram no final de semana. Os territórios escolhidos foram uma área no município de Frei Inocêncio, no Vale do Rio Doce (MG), às margens da BR-116; e um terreno da Usina Santa Teresa, no município de Goiana (PE).
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Nesta segunda-feira, o Estado de Pernambuco registrou outras duas invasões. Cerca de 250 famílias, segundo informações do próprio MST, entraram na Fazenda Boi Caju II, no município de Tacaratu. Já na cidade de Pombos, outras 300 famílias invadiram a sede da histórica Usina Nossa Senhora do Carmo, que fabrica açúcar.
No Ceará e em Goiás, o grupo invadiu prédios públicos nesta segunda. No primeiro Estado, o alvo foi a sede da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), em Fortaleza. Cerca de 700 integrantes do MST entraram no prédio. Pela manhã, alguns representantes do movimento se reuniram com representantes do governo estadual.

Em Goiás, a invasão foi na Superintendência Regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.
Mais invasões no RJ, SP, RN e PB
No Rio de Janeiro, integrantes do MST realizaram uma manifestação na Usina Sapucaia, em Campos dos Goytacazes, nesta manhã. As terras em disputa são arrendadas pela Cooperativa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro.

Em São Paulo, o MST invadiu a Usina São José, em Rio das Pedras. A empresa, que produz açúcar, é investigada por suposto despejo irregular de resíduos agroindústrias no Rio Piracicaba. O ato teria sido a causa da morte de 235 mil peixes.

Outra invasão registrada nesta manhã foi na fazenda experimental da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, que estava desativada, no município de Mossoró (RN).
No Estado paraibano, o grupo fez duas invasões. Uma delas foi na Fazenda Carvalho, no município de Solânea, e a outra em latifúndio localizado em Santa Rita.
MST pressiona ministro do Desenvolvimento Agrário
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, está sob forte pressão de lideranças do MST. O grupo pede a saída do gestor e alega que ele não tem dado espaço para negociações.
Teixeira, por sua vez, divulgou uma nota defendendo sua atuação na pasta. “Passamos dois anos reconstruindo tudo o que os governos passados destruíram”, diz o comunicado. “Agora estamos colhendo os frutos. A reforma agrária voltou ao ritmo dos dois primeiros governos do presidente Lula, dentro dos parâmetros constitucionais e mediando conflitos para garantir paz no campo.”
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Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, entre 2023 e 2024, foram assentadas 25,8 mil famílias. O número atual ainda é inferior aos registrados nos dois primeiros mandatos de Lula — 40,6 mil (2003-2004) e 40,5 mil (2007-2008).
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