Manga, que morreu hoje, foi o mais emblemático goleiro da história

Um dia extremamente triste para o futebol brasileiro. Morreu no Rio de Janeiro, aos 87 anos, o histórico Manga, o mais emblemático goleiro da história da bola e um dos maiores ídolos do Botafogo e do Internacional.

Hailton Corrêa de Arruda, que nasceu no Recife em 26 de abril de 1937, vivia desde 2020 no Retiro dos Artistas, no Rio, contando com o auxílio do atento amigo e fanático botafoguense Stepan Nercessian.

Não exagerei no início do texto quando classifiquei Manga como o mais emblemático arqueiro da história. Tanto que seu aniversário marca, além de tudo, o Dia do Goleiro no Brasil, criado em homenagem ao bom pernambucano.

+ Leia mais notícias do Brasil em Oeste

E ele tinha simplesmente todos os atributos necessários para ser um arqueiro de respeito:

  • reflexo;
  • bom posicionamento;
  • velocidade;
  • altura;
  • “cara de mau”; e
  • muita, mas muita coragem.

Mas toda essa coragem fez com que Manga encerrasse a sua carreira com uma sequela marcante: muitos dedos de suas milagrosas mãos ficaram totalmente tortos.

“Nunca teve medo de, mesmo sem luvas, dividir bolas nos pés dos atacantes”

Milton Neves, sobre o agora saudoso goleiro Manga

É que goleirão do Sport, do Botafogo, do Nacional (Uruguai), do Internacional, do Operário de Mato Grosso do Sul, do Coritiba, do Grêmio, do Barcelona de Guayaquil e da Seleção Brasileira de Futebol nunca teve medo de, mesmo sem luvas, dividir bolas nos pés dos atacantes.

Imagine a quantidade de fratura que ele sofreu? Inacreditavelmente, poucos dias depois dos “acidentes”, já estava novamente em campo, jogando com humildes talas em seus dedos quebrados.

goleiro manga e carlos alberto spina
O goleiro Manga exibe, orgulhosamente, seus dedos tortos em razão dos anos de coragem no futebol, ao lado de seu amigo Carlos Alberto Spina | Foto: Arquivo pessoal de Carlos Alberto Spina/Via Portal Terceiro Tempo

Goleiro Manga e os estragos feitos por atacantes

Em entrevista ao Lance!, o próprio goleiro Manga falou sobre os estragos provocados pelos atacantes em seus dedos.

“Eu não tinha medo, era corajoso”, disse. “Quando eu quebrava um dedo, o doutor me engessava e em três ou quatro dias eu já estava jogando de novo. Por isso, eu tenho quase todos os dedos tortos. Essas são as marcas do meu trabalho. No Nacional, por exemplo, quebrei dois de uma vez só e dias depois fui para o jogo normalmente. Não gostava de ficar de fora. Tenho um orgulho muito grande do que fiz na minha carreira. Sempre fiz o melhor, mesmo que estivesse machucado.”

Quanto amor e dedicação ao esporte, não mesmo? Ah, querido Manguita, descanse em paz, meu amigo!

O post Manga, que morreu hoje, foi o mais emblemático goleiro da história apareceu primeiro em Revista Oeste.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.