Donald Trump suspendeu por 90 dias as tarifas adicionais sobre mais de 75 países, mas manteve uma alíquota de 10% sobre produtos importados para os EUA durante esse período. A China, no entanto, não entrou no pacote. As duas maiores economias do mundo têm trocado aumentos de taxas uma contra a outra.
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Nesta quarta-feira, 9, o chefe da Casa Branca anunciou o aumento da sobretaxa sobre produtos chineses para 125%. Horas depois, na madrugada desta quinta-feira, 10, Pequim respondeu com o anúncio de uma tarifa de 84% sobre itens norte-americanos.
Em meio a essa briga, o agronegócio brasileiro pode sair como um grande vencedor. Segundo Fernando Canutto, advogado especialista em Direito Internacional Empresarial, é provável que a China busque novos fornecedores de produtos como soja, frango e carnes diante das novas tarifas sobre importações dos EUA.
Dada a relevância global que o Brasil já tem no fornecimento de commodities agrícolas, o cenário “pode resultar em um aumento significativo das exportações brasileiras para o mercado chinês”, diz Canutto.
Volta do “tarifaço” também pode ser positiva para o agro do Brasil
Caso o “tarifaço” de Trump volte a vigorar depois dos 90 dias estabelecidos pelo presidente, ainda assim há um horizonte de oportunidades para o agro do Brasil, afirma Fernando Canutto. Apesar de os produtos brasileiros ficarem mais caros para os norte-americanos, outros países teriam seus produtos ainda mais encarecidos.

É o caso do Vietnã, importante produtor mundial de café, que seria taxado em torno de 25%, enquanto o Brasil permaneceria com 10%. Assim, se essa alíquota realmente entrar em vigor, o café brasileiro passa a ser relativamente mais atrativo no mercado norte-americano.
“Embora nosso produto fique 10% mais caro, o café vietnamita sofre um aumento de até 20% ou mais, o que pode beneficiar fortemente o Brasil”, diz Canutto.
A situação é parecida em relação a muitos outros países que receberam taxas acima do Brasil no anúncio inicial de Trump, acrescenta o advogado. Assim, diante do “tarifaço”, “comparativamente, os produtos brasileiros permanecem mais competitivos do que os de outros países”, o que pode expandir as fronteiras comerciais do Brasil.
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