Neste mundo material em que vivemos, desde sempre a existência da humanidade esteve atrelada ao meio natural. Os recursos disponíveis nos servem para atender as nossas necessidades mais básicas, como a alimentação, mas também como proventos para atividades fabris, desde as mais simples, como ferramentas de pedra lascada e lanças aos satélites artificiais.
Nesta longa jornada pela história humana, o mundo natural sempre apresentou um ar ameaçador, dada as suas forças descomunais, especialmente devido ao pouco entendimento apresentado pelo que se observava. Isso foi suficiente para que se criasse no imaginário humano primitivo que tais forças seriam resultado da ação sobrenatural e, a partir daí, um caminho aberto para o reconhecimento da alteridade da natureza. Assim, houve o surgimento de personificações, que resultou na criação de um imenso panteão de deuses, onde os diversos fenômenos observados se tornariam a manifestação da ira ou da benevolência destas “entidades”.
A racionalização da forma de se observar o mundo, a interpretação trazida pela filosofia antiga e posteriormente a evolução da ciência e sua constante transformação permitiriam que tais fantasias fossem, em teoria, deixadas de lado, pois as explicações sobre os fenômenos e resultados observados passaram a ser, na maior parte, conhecidos. Inicialmente por uma astronomia e geografia primitivas, que envolviam o conhecimento das variações na abóbada celeste, estações sazonais do ano, épocas de plantio e colheita, movimento das marés, mapeamento terrestre e muito mais. Contudo, mesmo com o avanço da racionalização do universo, durante o tempo do que podemos classificar como ciência, engana-se quem acha que o endeusamento da natureza ou de seus elementos terminou.
Os mitos do ambientalismo
Lembremos que tudo o que consumimos e usamos vem da natureza, de forma que a ligação do homem com o seu meio natural torna-se indissociável. Ao mesmo tempo, como espécie que vive em comunidades, portanto sociável, os grupos humanos aglutinados criaram sociedades, das mais variadas formas que se relacionaram com o meio, conforme racionalizaram os recursos disponíveis no espaço geográfico em que habitavam.
Se de um lado temos a ligação homem-meio, inquebrável, com suas diversas particularidades, por outro, teremos a coesão sociedade-natureza. Neste último, apresenta-se também as diversas formas de relação dos grupos humanos, não só em relação ao espaço, mas também variando a forma de se pensar o que é a natureza durante o passar do tempo.
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E o que Deus Criador fala sobre o meio natural? Em Gênesis 1: 28, Deus deixou bem claro que a natureza serve ao homem e a nossa racionalidade permite utilizá-la com inteligência, multiplicando tudo o que for possível. Essa explicação é mais simples e racional do que qualquer outra exercida por movimentos pagãos e, por incrível que possa parecer para um ateu, é a que mais se enquadraria em um pensamento racional, o que nos levaria ao pensar científico.
Contudo, engana-se quem achou que esse pensamento científico nos livrou do antigo paganismo. Precisamente o contrário, pois cada vez mais é visível a renovação do endeusamento da natureza. Essa ideia permeia principalmente o meio acadêmico, onde hipóteses sem fundamento e mitos insistem em afirmar que o planeta é um ser vivo, a mãe-terra, proclamando que há uma finitude supostamente visível sobre o que “ela” oferece.
Nesses termos, retorna-se ao antigo desvio de proporções entre homem-meio, mas não se observando os seus processos escalares físicos, e, sim, espirituais, onde a deusa Gaia ora se manifesta com seus intensos fenômenos naturais, agora travestidos como “castigos” para se vingar da humanidade, ora a beneficia, com “climas bons”, alta produtividade agrícola e abundância de água, desde que seus “servos” sigam as instruções de seus sacerdotes-científicos.
Para a nova roupagem do antigo paradigma, atribui-se que a natureza, antes intrinsecamente amalgamada pela relação sociedade-natureza, agora presta serviços à humanidade, os quais deverão ser muito bem pagos. Nestes, estão inclusos sacrifícios de todas as ordens, onde a preservação e a intocabilidade do mundo material, representado pela natureza em separado, tornaram-se regras da humanidade — o que gera problemas, pobreza, escassez e redução da população mundial, contrariando diretamente as ordens de Deus, enquanto promovem painéis políticos-científicos autodenominados como salvadores da humanidade.
Mas, ainda pior, ao invés de se adorar o Deus criador de todas as coisas, adora-se a mãe-terra, eleita como a provedora da vida no planeta. Tudo isso não seria possível sem o cooptar do imaginário humano mundial, onde uma ciência tornou-se mística, misturando fatos com fantasias. Ao mesmo tempo, a política seguiu um caminho obscuro para exercer um controle global. Criaram-se emergências onde não há, objetivando esconder os verdadeiros problemas que afligem a humanidade, o que desvia o foco das atenções do que realmente importa.
Para fechar esse círculo maligno, faz-se necessário que a adoração da natureza volte com força, muito mais intensa que no passado. Esse movimento que tirou Deus do centro e a humanidade da gerência, exceto para um “seleto grupo de iluminados”, chama-se ambientalismo. Nele, todos os mitos são reapresentados com uma roupagem nova, tornando o movimento uma seita; os membros da ciência seus novos sacerdotes; e os políticos, os caciques mundiais.
Todo esse novo caminhar tem um histórico que foi magistralmente abordado pela obra O Ambientalismo pelo Avesso, em que os autores, Jean-Marie Lambert e Aramis DeBarros, demonstraram, com base em documentos referenciados e estudos do contexto das narrativas, como o movimento ambiental se tornou uma nova religião misantrópica e renegada que objetiva subjulgar, quando não destruir a humanidade.
O professor Lambert é um especialista em geopolítica e relações internacionais e passou boa parte de sua vida estudando as ações dos globalistas e sua forma de operação. Também fez seu pós-doutorado em ciências da religião, o que claramente o permitiu fazer as conexões entre estes temas e o que se destina para a humanidade. Aramis é um estudioso do movimento revolucionário e da guerra cultural. É autor e tradutor de diversas obras na área de teologia cristã e história eclesiástica. Ambos concentraram seus esforços e amplo conhecimento para demonstrar como o movimento ambientalista galgou as esferas acadêmicas, políticas e religiosas pelo mundo.




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