O prazer pela trombada

O canadense David Cronenberg é um dos mais estranhos cineastas de todos os tempos. Filmes como Videodrome (1983), A Mosca (1986), Dead Ringers (1988) e Naked Lunch (1991) tratam de metamorfoses do corpo humano, uma obsessão do diretor.

Entre tantos filmes estranhos de Cronenberg, Crash (1996) é um dos mais bizarros. Ele mostra um grupo de pessoas que obtêm o prazer sexual através de desastres automobilísticos. Os personagens batem seus carros de propósito, atingindo uma espécie de orgasmo. Uma das personagens, Gabrielle (Rosanna Arquette) busca se tornar mais atrativa usando mais aparelhos ortopédicos depois de cada desastre.

Sim, é muito estranho, mas para isso que existe a arte – para explorar situações e sensações que a racionalidade não permite. Muitos filmes ligam a excitação criada pelo automobilismo ao erotismo. Prova disso é a série Velozes e Furiosos que já está no seu décimo longa-metragem. Mas ligar erotismo ao choque de veículos, só mesmo através de David Cronenberg.

Muita gente se chocou com o desconcertante filme, mas ele foi fartamente elogiado por cineastas como Bernardo Bertolucci e Martin Scorsese. Todas as tentativas de censurar ou banir Crash foram frustradas. Um dos maiores elogios partiu de J G Ballard, autor do livro que deu origem ao filme: “O filme é realmente melhor que o livro. Ele vai além do livro e é muito mais poderoso e dinâmico. É incrível.”

Crash está disponível pela Oldflix.

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