Na corrida pela anistia aos acusados de envolvimento no 8 de janeiro, um detalhe regimental derrubou duas assinaturas. As de Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara, e do Coronel Zucco (PL-RS), que comanda a oposição na Casa. Ambas foram anuladas na lista que acompanha o requerimento de urgência do projeto, protocolado nesta segunda-feira, 14.
Governo Lula contra a anistia
Em meio à pressão da base do governo Lula — que tem se movimentado nos bastidores para travar o apoio à proposta — a oposição decidiu mudar o jogo. Abriu mão das assinaturas de líderes, que representam toda a bancada, e passou a coletar os apoios de forma individual.
“Demos entrada no requerimento de urgência com 264 assinaturas”, informou a liderança do PL, em comunicado ao qual Oeste teve acesso. “No entanto, duas delas foram invalidadas por se tratarem de assinaturas de líderes partidários — especificamente, dos líderes Sóstenes Cavalcante e Zucco.”
Mudança no número de assinaturas
Com o corte, o número de apoios válidos caiu para 262 — ainda suficiente para empurrar a proposta ao plenário.
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“Inicialmente, a orientação era para a coleta de assinaturas por meio dos líderes”, diz a nota do Partido Liberal. “Mas, depois da reavaliação da estratégia, passou-se a exigir assinaturas individuais dos parlamentares. Por isso, ficamos com o total de 262 assinaturas.”
Nos bastidores, a avaliação é de que o governo acelerou a ofensiva para tentar minar o projeto. Interlocutores do Planalto teriam atuado diretamente para dissuadir deputados de apoiar a urgência. Diante disso, Sóstenes decidiu colocar o projeto em movimento imediato — antecipando o protocolo que estava previsto só para o fim do mês. “O governo não vai nos pegar de surpresa mais.”
O pastor Silas Malafaia foi o primeiro a divulgar a informação sobre o protocolo da urgência. Oeste confirmou em seguida
A proposta prevê anistia a acusados de envolvimento no 8 de janeiro. Integrantes da oposição afirmam que muitos dos presos depois dos atos realizados nos prédios que sediam os Três Poderes respondem a processos sem qualquer evidência concreta de participação direta. O projeto avança em um ambiente já inflamado por denúncias de aparelhamento do Estado, perseguição política e uso seletivo das instituições sob o governo Lula.
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