A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) enviou um ofício aos clubes participantes do Campeonato Brasileiro da Série B de 2025, em que solicita cópias dos contratos fechados com as emissoras de televisão antes do início de cada campeonato, relata a Veja.
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A CBF, no pedido, solicita também participar dos contratos ainda não firmados como interveniente anuente e garante sigilo e confidencialidade das informações.
Embora a CBF possua a prerrogativa para solicitar tais documentos, essa medida nunca havia sido tomada anteriormente.
O documento, assinado pelo diretor jurídico André Mattos, foi dirigidos ao Amazonas, América, Athletic, Atlético Goianiense, Athlético Paranaense, Avaí, Botafogo (SP), Chapecoense, Coritiba, CRB, Criciúma, Cuiabá, Ferroviária, Goiás, Grêmio Novorizontino, Operário (PR), Paysandu, Remo, Vila Nova e Volta Redonda.
A solicitação foi interpretada por alguns clubes, segundo a Veja, como uma possível retaliação à ESPN. Essa interpretação surgiu por causa da veiculação do programa Linha de Passe, que repercutiu uma reportagem da revista Piauí sobre gastos excessivos do presidente Ednaldo Rodrigues à frente da entidade, exibido na segunda-feira, 7.
Os jornalistas Dimas Coppede, Gian Oddi, Paulo Calçade, Pedro Ivo Almeida, Victor Birner e William Tavares foram afastados pela direção da emissora, por terem criticado, no Linha de Passe, a gestão de Ednaldo. Também não estava mais no site da ESPN matéria a respeito do tema.
O programa ainda apresentou áudio no qual o vice-presidente licenciado da Federação Amapaense de Futebol, Roberto Góes, pede mais verbas a Ednaldo para permanecer em São Paulo, em função de cirurgia pela qual passaria a mulher dele. Filiado ao União Brasil, Góes é deputado estadual.
Jornalistas da ESPN voltam depois de criticarem CBF
Os jornalistas retornaram na quinta-feira 10. Oddi admitiu o afastamento, mas garantiu que terá liberdade para colocar suas opiniões.
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“A respeito do afastamento, a argumentação que a gente recebeu é que um programa do gênero, até para a direção da ESPN, esteja preparada para as consequências que um programa do gênero não acaba tendo”, afirmou Oddi, pelas redes sociais.
“Certos processos precisam ser seguidos e certos processos não foram seguidos, essa é a argumentação. Eu volto para o Linha de Passe agindo e falando da maneira que eu sempre agi.”
Com a formação de ligas independentes, como a Liga Forte União (LFU) e a Liga do Futebol Brasileiro (LIBRA), a CBF deixou de negociar diretamente os direitos de transmissão. A LFU, por exemplo, contratou uma agência para vender os direitos da Série B a partir de 2025.
A figura do interveniente anuente implica que a CBF seria parte do contrato, ao concordar com seus termos e assumir responsabilidades solidárias. Contudo, com a descentralização das negociações, os clubes, por meio de suas ligas, são os responsáveis por tais acordos.
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