Autor de atentado contra Bolsonaro, Adélio Bispo vive isolado na prisão ao negar tratamento psiquiátrico

Adélio Bispo, responsável pelo atentado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha eleitoral de 2018, está detido na Penitenciária Federal de Campo Grande (MS). Ele deve permanecer no sistema penitenciário federal até 2038. As informações são do portal Metrópoles.

Considerado inimputável, Adélio foi absolvido das acusações criminais, mas está em internação por tempo indeterminado. No entanto, uma decisão judicial recente prevê sua libertação ao completar 60 anos. Atualmente, ele tem 46 anos.

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Relatórios da Polícia Federal (PF) apontam que Adélio agiu sozinho no ataque. Contudo, o processo de execução penal apresenta falhas, pois o Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU) não registra o tempo de prisão já cumprido, constando apenas “tempo indeterminado”. Isso levanta dúvidas sobre a administração do caso.

Adélio ocupa uma cela de 6 metros quadrados e, segundo informações, recusa banhos de sol e tratamento médico. Ele também rejeita os medicamentos prescritos para um transtorno delirante persistente: “Não sou doido”.

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Jair Bolsonaro no momento em que levou uma facada, durante as eleições presidenciais de 2018 | Foto: Reprodução/Redes sociais

Saúde mental de Adélio

Agentes penitenciários relatam que sua saúde mental se deteriorou nos anos de encarceramento. Desde sua chegada ao sistema carcerário, ele não leu livros e evita comunicação com outros detentos.

Há mais de um ano, Adélio não recebe visitas de familiares, intensificando seu isolamento. Embora seja considerado um preso de alta periculosidade, não há planos para sua transferência para outra unidade federal.

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Das cinco penitenciárias federais, a de Campo Grande é a mais adequada para detentos com transtornos mentais, ainda que não possua infraestrutura ideal para tratamento adequado.

Laudos sob sigilo

Os laudos psiquiátricos de Adélio são mantidos sob sigilo pela Justiça Federal, com acesso restrito ao Judiciário e defensores públicos. Segundo o Metrópoles, durante o governo Bolsonaro, a PF tentou acessar esses laudos em em 4 de outubro de 2022, mas o pedido foi negado.

A solicitação partiu de uma delegacia em Cascavel (PR) em 3 de outubro, um dia depois do primeiro turno das eleições, sem um novo inquérito em andamento sobre Adélio. O juiz em Campo Grande negou a solicitação, alegando falta de justificativas claras e necessidade concreta para o acesso ao laudo.

Na ocasião, a PF já havia concluído dois relatórios, indicando que Adélio agiu sozinho, apesar da controvérsia sobre um ex-advogado dele ter ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).

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