Em artigo na Edição 265 da Revista Oeste, o jornalista J. R. Guzzo analisa o comportamento de parte da imprensa brasileira. Sua crítica diz que o jornalismo local está em acelerado processo de extinção, assim como ocorre em outros países, mas de forma mais acentuada no Brasil.
Guzzo afirma que o ofício perdeu seu sentido original e que a maioria dos jornalistas hoje atua de maneira subserviente a interesses políticos, especialmente do governo e do Supremo Tribunal Federal (STF). Como exemplo, cita o caso da fotógrafa Gabriela Biló, da Folha de S.Paulo, que teria atuado como agente da Polícia Federal ao delatar uma manifestante, prática que no passado seria considerada incompatível com o jornalismo.
Artigo: jornalistas como auxiliares do STF
O texto argumenta que, diante de episódios assim, o jornalismo no país caminha para a morte, vítima de um “suicídio coletivo”. O artigo, sob o título “A caminho do cemitério”, também critica jornalistas que teriam se tornado auxiliares do STF e a submissão da mídia, citando como exemplo apresentadores que seguem orientações de ministros ao vivo em programas de televisão.
Para o autor, essa deformação indica uma degradação contínua e irreversível da prática jornalística no Brasil. Na visão do autor, “os jornalistas brasileiros da vida como ela é gostariam de trabalhar, no fundo, num grande Pravda, o jornal único da Rússia comunista dos velhos tempos – no caso com um Flávio Dino, Moraes ou Barroso, por exemplo, como redator-chefe”.
Leia um trecho do artigo
“Essa ânsia de servir ao consórcio Lula-STF é uma doença que só evolui numa direção: para pior. Nada poderia comprovar o agravamento desse tipo de patologia de forma mais óbvia quanto uma das últimas aulas de conduta que o STF se acostumou a dar por meio dos noticiários da Rede Globo. Em pleno programa, uma das apresentadoras diz no ar que tinha acabado de receber uma pergunta que “um ministro”, pelo que foi possível entender, queria fazer aos ouvintes do programa. Isso mesmo, acredite se quiser. Quem faz pergunta, como era regra quando ainda existia jornalismo no Brasil, é o jornalista, e não a autoridade. Aqui trocaram a corrente de 110 para 220: a autoridade pergunta ao público, e o jornalista, em vez de mandar Sua Excelência passear, porque não é seu empregado, obedece no ato. Não só faz a pergunta que o ministro mandou que fosse feita. Faz isso com cara de quem acha certo — e está vivendo ali mais um grande momento “na luta pela democracia e contra o bolsonarismo”.
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Revista Oeste
A Edição 264 da Revista Oeste vai além do texto de J. R. Guzzo. A publicação digital conta com reportagens especiais e artigos de Silvio Navarro, Alexandre Garcia, Tiago Pavinatto, Adalberto Piotto, Guilherme Fiuza, Ana Paula Henkel, Branca Nunes, Eugênio Goussinsky, Lucas Cheiddi, Letícia Alves, Carlo Cauti, Flávio Gordon, Miriam Sanger, Dagomir Marquesi, Branda O’Neill, Evaristo de Miranda e Daniela Giorno.
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