Escolha do sucessor de Francisco deve demorar, diz especialista

A escolha do sucessor do papa Francisco deve demorar mais do que o ‘normal’ se comparado a processos anteriores. Essa é a opinião do professor de antropologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rodrigo Toniol. Conforme o especialista, o conclave, que é a eleição do novo chefe da Igreja católica, é o menos “europeu” na história contemporânea do Vaticano.

Para o acadêmico, a diversidade geográfica e cultural dos cardeais é um fator que pode influenciar no ritmo de análise e decisão sobre quem vai herdar o posto do argentino Jorge Mario Bergoglio, morto na madrugada desta segunda-feira, 21, na Itália. Segundo o Vaticano, Francisco não resistiu principalmente a um derrame cerebral associado a uma parada cardiorrespiratória.

Papa Francisco: sucessão sujeita a nova tendência

Em entrevista ao site g1, o professor explicou que esta será a primeira vez que todos esses cardeais vão se encontrar. Essa falta de convívio direto e presencial pode exigir mais tempo. “[Eles] vão ter que se encontrar, se conhecer e então sentir para onde os ventos da Igreja Católica vão soprar nos próximos anos”. A retomada de discussões em torno de uma tendência mais conservadora na linha política é uma hipótese admitida. 

A falta de entrosamento deve produzir um cenário de expectativa bem diferente do que foi visto em eleições passadas. O conclave que escolheu Papa Francisco, em 2013, e Bento XVI, em 2005, decorreu em apenas dois dias, correspondendo a uma tradição nos últimos 100 anos. Pelas regras atuais do Vaticano, o conclave deve começar entre 15 e 20 dias depois da morte do papa. 

Nesse sentido, é possível que a votação comece entre 6 e 11 de maio. Ao canal GloboNews, o cardeal brasileiro Dom Paulo Cezar Costa afirmou que os cardeais responsáveis por escolher o sucessor do papa Francisco já receberam a convocação para ir ao Vaticano.

No entanto, apenas os cardeais com menos de 80 anos podem participar da eleição. Atualmente, 135 religiosos se enquadram nesse critério, entre eles, sete brasileiros. O início do conclave depende da presença desses cardeais eleitores no Vaticano. A exceção são para os religiosos que estejam impedidos de comparecer por motivos graves, como problemas de saúde.

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