Ao aportar no Brasil, em 22 de abril de 1500, Pedro Álvares Cabral encontrou outros povos nessas terras. A aparência lembrava a das populações do Extremo Oriente — uma parte do mundo convencionalmente chamada de Índias naquela época, daí o nome índios para os povos originários.
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Contudo, poucos anos depois, Américo Vespúcio percebeu que, na verdade, tratava-se de um novo continente. A partir daí, uma dúvida ficou no ar: como os índios teriam passado de um lado para o outro do mundo?
Cabral chegou ao Brasil ao cruzar o Atlântico, o oceano que separa a América da Europa e da África. Os povos originários podem ter feito a travessia por outro lado, em uma área ao norte do Pacífico — ao menos, essa é umas hipóteses mais aceitas.
Trata-se do Estreito de Bering, um ponto do planeta onde Estados Unidos e Rússia praticamente se tocam. A menor distância entre as partes continentais dos dois países, nessa região do globo, é de cerca de 90 quilômetros. No meio do caminho ainda há o arquipélago de Diomedes, cujas ilhas são divididas entre as duas nações.
Milhares de anos antes de Cabral
Há cerca de 15 mil anos, o planeta passava por uma glaciação. Com mais calotas polares, os níveis dos oceanos estavam mais baixos e surgiu uma passagem de terra firme no gélido estreito. Desse modo, os povos originários puderam atravessar de um continente para o outro andando, sem a necessidade das caravelas de Cabral — uma tecnologia que surgiria apenas milênios depois.
Depois da passagem, os descendentes dos primeiros asiáticos que fizeram a travessia se espalharam pelo Novo Mundo, por terra, até chegarem aos confins da América do Sul — o que inclui o Brasil, o maior país sul-americano.
Como o continente é extenso e abrange quase todas as latitudes do planeta, surgiu, como resultado, um povo diverso, tanto em cultura quanto em traços físicos. A variedade vai muito além da diferença entre a oca (habitação comum aos nativos no Brasil) e a pirâmide, edificações feitas por Maias e Astecas no México e na América Central.
Há, na América, inclusive, indígenas com características incomuns para povos do Extremo Oriente. Esse é o caso, por exemplo, de alguns membros do povo Kuna Yala, do Panamá e da Colômbia.
Os índios da suástica
Existem cerca de 80 mil Kunas. Entre eles, algumas centenas são albinos — o que lhes confere pele clara e cabelos loiros.
Outras populações originárias do continente também têm, em alguma medida, membros com esses mesmos traços. Contudo, há um detalhe extra entre os Kunas: um dos símbolos apreciados por sua população é a suástica — que ficou famosa com os nazistas.
Entretanto, a suástica dos americanos antecede a dos alemães — e também é desenhada em sentido oposto. Para eles, é um símbolo de bem-estar e está ligado à origem do universo. Esses índios a chamam de Naa Ukurya.
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