Papa Francisco rogou pela paz em último sermão

No domingo 20, um dia antes da morte do papa Francisco, o pontífice participou das celebrações de Páscoa na Praça de São Pedro, em Roma. Ao longo da mensagem, ele rogou pela paz.

Ele também proferiu algumas palavras breves, mas a tradicional mensagem de Páscoa foi recitada por um clérigo assistente na sacada da Basílica de São Pedro.

Ao falar sobre paz, o papa lembrou que a celebração da Páscoa simboliza a ressurreição de Jesus Cristo e o triunfo do amor sobre o ódio, da luz sobre as trevas e da verdade sobre a falsidade.

“O perdão triunfou sobre a vingança”, afirmou o pontífice. “O mal não desapareceu da história; permanecerá até o fim, mas não tem mais predomínio.”

Na ocasião, Francisco expressou preocupação com os diversos conflitos que assolam o mundo, mencionando a violência diária, inclusive dentro das famílias, muitas vezes dirigida contra mulheres e crianças.

Ele também destacou o desprezo por vezes manifestado contra vulneráveis, marginalizados e migrantes.

Papa Francisco fez apelo por cessar-fogo entre Israel e Hamas

O pontífice fez um apelo para que todos renovem a esperança e a confiança nos outros, incluindo aqueles diferentes de nós ou que vêm de terras distantes, enfatizando que “todos somos filhos de Deus”.

Francisco também dirigiu suas palavras à situação dos cristãos na Palestina e em Israel, expressando solidariedade diante dos desafios enfrentados por essas comunidades.

Ele mencionou o aumento do antissemitismo como uma preocupação global e destacou o sofrimento contínuo do povo de Gaza, onde o conflito causa morte, destruição e uma crise humanitária alarmante.

“Apelo às partes em conflito: declarem um cessar-fogo, libertem os reféns e venham em auxílio de um povo faminto que aspira a um futuro de paz”, pediu Francisco.

Citação a outros conflitos

papa francisco
O papa Francisco; discurso anti-guerra em última aparição pública | Foto: Reprodução/Vaticano

O papa pediu orações pelas comunidades cristãs no Líbano e na Síria, que enfrentam transições históricas e aspiram à estabilidade. Ele exortou a Igreja a manter essas comunidades em seus pensamentos e orações.

A crise humanitária no Iêmen, uma das mais graves e prolongadas do mundo, também foi mencionada, com incentivo de Francisco para soluções pacíficas através do diálogo construtivo.

O papa Francisco abordou a situação na Ucrânia, devastada pela guerra, expressando o desejo de que “Cristo ressuscitado conceda à Ucrânia o dom pascal da paz” e encorajando esforços para alcançar uma paz justa e duradoura. Ele lembrou dos conflitos no sul do Cáucaso, esperando que um acordo de paz entre Armênia e Azerbaijão traga reconciliação à região.

Na África, o pontífice mencionou a situação na República Democrática do Congo, no Sudão e no Sudão do Sul. Ele pediu que a luz da Páscoa inspire esforços para ajudar aqueles que sofrem com as tensões nessas regiões, incluindo o Sahel, o Chifre da África e a região dos Grandes Lagos. Francisco destacou a situação dos cristãos que, em muitos lugares, não podem professar livremente sua fé.

Ele ressaltou que “não pode haver paz sem liberdade religiosa, liberdade de pensamento, liberdade de expressão e respeito pela opinião dos outros”. O papa também disse que a paz também “depende de um verdadeiro desarmamento”. Francisco destacou a importância de ajudar Mianmar, devastada por anos de conflito armado e por um recente terremoto em Sagaing.

Finalmente, Francisco apelou aos líderes mundiais para que não cedam à lógica do medo e do isolamento, mas usem os recursos disponíveis para ajudar os necessitados, combater a fome e promover o desenvolvimento.

“Estas são as ‘armas’ da paz: armas que constroem o futuro, em vez de semear a morte”, afirmou ele.

O papa sugeriu ainda que a Páscoa fosse uma ocasião para libertar prisioneiros de guerra e presos políticos, destacando o princípio da humanidade como essencial em nossas ações diárias.

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