O presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria derrotado em um eventual segundo turno das eleições de 2026 em todos os cenários testados pelo instituto Paraná Pesquisas. Essa é a principal conclusão de um levantamento divulgado nesta semana e detalhado em entrevista com Murilo Hidalgo, diretor do instituto, ao programa Oeste Sem Filtro, nesta terça-feira, 22.
Segundo os dados, Jair Bolsonaro venceria Lula com 46% contra 40,4%. Michelle, por sua vez, superaria o petista por 45% a 41%. Já o governador Tarcísio de Freitas também apareceria à frente, com 43,4% contra 40,6% do atual presidente. A pesquisa ouviu 2 mil eleitores em 160 municípios entre 16 e 19 de abril, com margem de erro de 2,2 pontos porcentuais.
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Hidalgo afirmou que os números mostram um cenário de dificuldade para o presidente. “O que mais chama atenção é que em simulações de segundo turno com três candidatos, com Bolsonaro, com a Michelle e com o governador de São Paulo, o Lula já perderia as eleições hoje”, disse. No entanto, apenas no cenário com Bolsonaro a derrota ultrapassa a margem de erro.
A rejeição do governo petista, segundo o diretor da Paraná Pesquisas, é impulsionada sobretudo por fatores econômicos. “Hoje, o grande problema do presidente Lula é o supermercado“, avaliou, junto à segurança pública. “É o preço dos produtos, é o alto custo de vida que os brasileiros estão tendo.”
Sul é antro de rejeição a Lula
Nos recortes regionais, a rejeição se mostrou particularmente elevada no sul (63%) e no centro-oeste (58%). O dado mais surpreendente, segundo o diretor, é o declínio no Nordeste. “Hoje ele está atrás do Bolsonaro e dos demais por causa da queda de popularidade e o aumento da rejeição na região Nordeste”, declarou.
O levantamento mostra ainda que o cenário aparenta uma regressão histórica para o PT. “No primeiro turno ele não tem votação superior a 34%”, observou o colunista Adalberto Piotto. Hidalgo concordou: “Vejo um momento muito difícil para o presidente”, diz. “Enquanto a economia não melhorar, principalmente o preço dos produtos, não acredito numa melhora significativa”.
A recuperação da imagem do presidente, segundo o diretor, dependeria de ações diretas voltadas ao bolso do eleitor. “A única forma que eu consigo enxergar nesse momento do presidente recuperar um pouco a sua popularidade vai ser turbinando os programas sociais”, afirmou, ao mencionar o Bolsa Família, o vale-gás e o programa Pé-de-Meia.
Sobre a obstinação da rejeição ao presidente, Hidalgo foi direto: “A rejeição dele é resiliente, é difícil”, e comparou ao cenário enfrentado por Bolsonaro em 2022. Para ele, qualquer recuperação dependerá do próprio governo. “Se não der uma resposta na economia e na segurança pública, acho pouco provável, pela realidade de hoje, uma vitória do presidente Lula.”
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