O Ministério da Agricultura realizou recentemente uma operação nos Estados de São Paulo, Santa Catarina e Paraná que resultou na apreensão de produtos rotulados como “pó sabor café”.
Esses produtos, conhecidos como “cafake” ou “café fake“, não continham café em sua composição, sendo feitos de cascas de grãos e outros resíduos da lavoura, como grãos ardidos e defeituosos, considerados “lixo”.
As marcas envolvidas não foram divulgadas, mas os produtos foram retirados dos supermercados.
Segundo Hugo Caruso, diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal, os produtos analisados continham toxinas cancerígenas. “Recolhemos, porque a matéria era toda feita de resíduo, só lixo”, afirmou.
Fraude e irregularidades no mercado de café
Depois dessa descoberta, o Ministério exigiu que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizasse uma avaliação adicional para garantir a segurança do consumidor.
A operação foi iniciada depois de denúncias de fraude, que revelaram irregularidades nas matérias-primas usadas, como grãos defeituosos e aromatizantes.
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O fenômeno do “café fake” tem se tornado comum nos supermercados, especialmente com a alta nos preços do produto. Alternativas mais baratas e diferentes do pó tradicional podem confundir consumidores.
O uso de embalagens e elementos visuais que imitam marcas conhecidas pode induzir o consumidor a erro. Um caso citado foi o da marca Melitta, que teve um produto que imita suas cores chamado Melissa.
Em janeiro de 2025, um pacote de 500 g desse pó saborizado podia ser encontrado por R$ 13,99, destacando-se no mercado por seu preço acessível. O Ministério da Agricultura continua vigilante.
O que diz a legislação?
A legislação permite até 1% de impurezas naturais, mas proíbe elementos estranhos, como grãos de outros gêneros, corantes e açúcares. Alguns produtos, embora rotulados como “pó sabor café”, não contêm café, sendo feitos de cevada ou milho e frequentemente enriquecidos com aromatizantes.
A Anvisa deverá analisar os produtos apreendidos para avaliar os riscos à saúde. Enquanto isso, a investigação continua, com o objetivo de impedir práticas enganosas e assegurar a segurança alimentar dos consumidores.
Já o Ministério da Agricultura investiga se esses produtos podem se enquadrar em outra categoria alimentar, como “mistura para preparo de alimentos ou bebidas”, que inclui itens como cappuccino e misturas para bolos.
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