A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) lançou nesta quarta-feira, 23, a plataforma Gasto Brasil, dedicada a monitorar as despesas públicas da União, Estados e municípios em tempo real. A apresentação foi feita durante a cerimônia que celebrou os 20 anos do Impostômetro, em São Paulo.
O Gasto Brasil tem a missão de monitorar os gastos governamentais e lembrar aos gestores públicos que devem zelar por cada real gasto arrecadado por meio dos impostos e outras fontes. “Controlar os gastos públicos é uma tarefa que, nem sempre, os governantes conseguem cumprir”, diz Roberto Mateus Ordine, presidente da ACSP.
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“A eficiência da máquina pública passa, impreterivelmente, na boa gestão dos recursos arrecadados com o pagamento dos impostos”, declara o diretor. “Com o Gasto Brasil, a sociedade ganha mais uma aliada para fiscalizar e monitorar as despesas governamentais.”
A entidade argumenta que “o Brasil gasta muito e mal”, o que justifica a a urgência de conhecer não somente o valor total das despesas públicas, mas também a sua distribuição entre os entes federativos.
“Hoje, o sistema é muito mais moderno, nos permite colocar os dados em um computador e transmitir para um painel de LED”, explica Guilherme Afif Domingos, ex-presidente da ACSP e atual secretário de Projetos Estratégicos do Governo de São Paulo. “Será possível cruzar dados como o benefício previdenciário, Bolsa Família e crédito extraordinário.”
Alfredo Cotait Neto, presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB), afirma que o projeto é capaz de atingir várias cidades. “O objetivo é alcançar o maior número de municípios, dar transparência aos números que mexem com a vida da população”, diz. “Possuímos capilaridade, e é possível fazer isso.”
Como funciona o Impostômetro
O Impostômetro é um painel eletrônico instalado na fachada do prédio da Associação Comercial de São Paulo, localizado na rua Boa Vista, 51, no centro histórico da capital paulista, e foi inaugurado em 20 de abril de 2005.
Desde então, o painel tornou-se uma referência nacional. Apenas em 30 de março de 2025, por exemplo, o Impostômetro já havia registrado a arrecadação de R$ 1 trilhão — uma marca atingida cinco dias antes do que no mesmo período de 2024. No total do ano anterior, os tributos pagos somaram R$ 3,6 trilhões, um valor inédito desde a implantação do painel.
O cálculo exibido é resultado de uma metodologia ampla e detalhada. São considerados todos os valores arrecadados pelos governos federal, estaduais e municipais sob a forma de impostos, taxas e contribuições, bem como multas, juros e correções monetárias.

As informações utilizadas são provenientes de diversas fontes oficiais. Para os tributos federais, são consultados dados da Receita Federal do Brasil, da Secretaria do Tesouro Nacional, da Caixa Econômica Federal, do Tribunal de Contas da União e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Já no caso dos Estados e do Distrito Federal, os números vêm do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), das Secretarias Estaduais de Fazenda, dos Tribunais de Contas Estaduais e da Secretaria do Tesouro Nacional.
Para as receitas municipais, os dados são extraídos da Secretaria do Tesouro Nacional, dos próprios municípios que publicam seus números conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal e dos Tribunais de Contas dos Estados.
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