O ex-presidente Fernando Collor de Mello foi preso na madrugada desta sexta-feira, 25, em Maceió (AL), depois que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou seus últimos recursos. Condenado a oito anos e dez meses de prisão em razão da Lava Jato, Collor iniciou o cumprimento da pena ainda durante a madrugada.
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De acordo com a defesa, Collor se deslocava para Brasília para se apresentar voluntariamente, mas acabou detido em Alagoas. O STF expediu a ordem de prisão depois da confirmação da sentença por corrupção e lavagem de dinheiro.
Ele se tornou o terceiro ex-presidente preso desde a redemocratização. Antes dele, Michel Temer e Luiz Inácio Lula da Silva também enfrentaram detenção em processos distintos.
A Justiça ordenou a prisão preventiva de Michel Temer em 2019, no âmbito da Lava Jato do Rio de Janeiro, por envolvimento em irregularidades ligadas às obras da usina nuclear de Angra 3.
Já Lula cumpriu detenção em 2018, depois da condenação em segunda instância, acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá, em São Paulo. Collor, em contrapartida, recebeu condenação em 2023, acusado de adquirir quase R$ 30 milhões em propinas para facilitar contratos da BR Distribuidora com a UTC Engenharia.
Histórico de ex-presidentes presos no país
Antes de Lula, Temer e Collor, outros ex-presidentes também passaram pela prisão, mas em contextos políticos. Hermes da Fonseca, depois de insurgir contra o governo federal, cumpriu detenção em 1922.
Já os ministros militares depuseram Washington Luís e o prenderam durante a Revolução que levou Getúlio Vargas ao poder.
Acusado de apoiar a Revolução Constitucionalista de São Paulo, Artur Bernardes acatou o encarceramento em 1932. Em 1968, o regime militar ordenou a detenção de Juscelino Kubitschek — o último antes da atual geração.
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Desde a redemocratização, apenas Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso não responderam a investigações criminais.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou José Sarney duas vezes na Lava Jato, ao acusá-lo de envolvimento em esquemas de propina na Petrobras e em suas subsidiárias. Ele nega as acusações.
Além da condenação atual, a PGR já havia denunciado Collor por receber mais de R$ 30 milhões em propinas. Além disso, o órgão apresentou denúncias contra Dilma Rousseff depois do impeachment, mas a Justiça não a condenou.
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