O governante russo, Vladimir Putin, declarou nesta segunda-feira, 28, um cessar-fogo de três dias, em maio, na guerra com a Ucrânia. A trégua vem para marcar o 80º aniversário da vitória da União Soviética e seus aliados na Segunda Guerra Mundial.
De acordo com o Kremlin, o cessar-fogo de 72 horas está marcado para entre 8 e 10 de maio. Nesse período, Putin vai receber líderes internacionais, inclusive o governante chinês, Xi Jinping, para celebrações em torno da vitória sobre a Alemanha nazista.
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“Todas as ações militares serão suspensas durante este período. A Rússia acredita que o lado ucraniano deve seguir este exemplo”, disse o comunicado da Rússia. “Em caso de violações por parte da Ucrânia, as Forças Armadas da Rússia darão uma resposta adequada e eficaz.”

Não houve resposta imediata de Kiev ao anúncio unilateral da trégua, de acordo com a agência Reuters. É o segundo cessar-fogo recente de Putin. Houve uma trégua de 30 horas durante a Páscoa — que ambos os lados acusaram o outro de violar inúmeras vezes.
Em meio à crescente impaciência dos Estados Unidos, ambos os movimentos pareceram visar, por parte do líder do Kremlin, sinalizar ao presidente norte-americano Donald Trump que a Rússia ainda está interessada em paz.
A Ucrânia e seus aliados europeus dizem não acreditar na nova proposição de Putin, segundo a Reuters, e continuam rejeitando propostas de paz dos EUA, as quais consideram pró-Rússia.
Our military continues to operate in the Kursk and Belgorod regions – we maintain our presence in Russia. Pokrovsk, all other directions in Donetsk region – I thank our warriors for resilience. Incredible job!
We are keeping all our positions strong so that we have every… pic.twitter.com/BDc6eTw1Hp
— Volodymyr Zelenskyy / Володимир Зеленський (@ZelenskyyUa) April 27, 2025
Trump criticou Putin na semana anterior
O novo anúncio de trégua sucede uma crítica do presidente dos EUA ao ataque russo a Kiev da semana passada. Donald Trump expressou preocupação de que Putin esteja “apenas me enrolando”. A Casa Branca tem ameaçado abandonar seus esforços de paz caso não haja progresso real nas tratativas.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que se encontrou com Trump à margem do funeral do Papa Francisco, em Roma, no último sábado, 26, disse que Kiev estaria pronta para negociar com Moscou uma vez que um acordo de cessar-fogo parasse os combates.

O chefe de gabinete de Zelensky, Andrey Yermak, disse nesta segunda-feira que os ataques contínuos da Rússia contradizem as declarações do Kremlin sobre querer paz.
“A Rússia não está cessando fogo na linha de frente e está atacando a Ucrânia com drones Shahed neste momento”, escreveu Yermak, no Telegram, antes do anúncio do cessar-fogo. Ele referiu-se aos drones de fabricação iraniana amplamente usados pelas forças russas.
“Todas as declarações dos russos sobre paz sem cessar-fogo são apenas mentiras descaradas.”
Rússia diz que sinal para acordo de paz deve vir da Ucrânia
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse anteriormente a repórteres que o sinal para negociações diretas deve vir da Ucrânia, já que atualmente existe uma “proibição legal” de tratativas com Putin.
Ele se referia a um decreto de 2022, no qual Zelensky proibiu tais negociações, depois que a Rússia declarou suas quatro regiões ucranianas — uma ação condenada como ilegal pela maioria dos países na ONU.
A Ucrânia acusa a Rússia de ganhar tempo para tentar conquistar mais território e tem pressionado por maior pressão internacional para forçar Moscou a parar de lutar. Já a Rússia acusa a Ucrânia de não estar disposta a fazer concessões e de buscar um cessar-fogo apenas em seus próprios termos.
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