A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) planeja lançar, no final de maio, uma plataforma para conectar ex-militares do Exército a vagas no setor de supermercados.
A informação é do jornal Folha de S. Paulo. A iniciativa visa a enfrentar a significativa falta de mão de obra, com 357 mil vagas abertas em todo o Brasil, o que representa um desafio contínuo para o setor.
Segundo a Abras, as redes de supermercados enfrentam dificuldades para preencher essas vagas, já que muitos jovens buscam condições de trabalho mais flexíveis e salários mais altos.
“O desafio está principalmente no salário de entrada, que muitos consideram baixo, mas não levam em conta os direitos assegurados pela carteira assinada e os demais benefícios”, disse Márcio Milan, vice-presidente da Abras.
A nova plataforma fornecerá informações sobre as empresas participantes, incluindo faixas salariais e planos de carreira, com o objetivo de tornar o setor mais atraente para os jovens.
Medidas para auxiliar o setor de supermercados

A Abras também planeja intensificar encontros com jovens durante o serviço militar obrigatório, oferecendo esclarecimentos sobre as carreiras disponíveis e buscando recrutá-los ao final do período no Exército.
No fim do ano passado, foi iniciado um projeto-piloto com o Grupo Pereira, que atualmente recruta novos funcionários e já recebeu inscrições de egressos do Exército.
“Tivemos uma excelente recepção, mostrando que no varejo também tem possibilidade de crescer”, afirmou Paulo Nogueira, diretor de Recursos Humanos do Grupo Pereira.
Além do foco nos jovens ex-militares, a Abras mantém programas voltados para a contratação de outros grupos, como pessoas acima de 50 anos, refugiados e indivíduos do sistema penal.
A associação também dialoga com o Ministério da Defesa para expandir a iniciativa, incluindo a Marinha e a Aeronáutica, ampliando o alcance do projeto.
No Rio de Janeiro, uma parceria entre o Corpo de Fuzileiros Navais e a Associação dos Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj) qualifica egressos da Marinha e oferece vagas nas redes de supermercados. Mais de 500 pessoas já foram recolocadas no mercado de trabalho por meio dessa parceria.
Desafios do setor frente à informalidade
Apesar de terem direitos garantidos, muitos jovens ainda preferem trabalhar na informalidade para fugir de horários rígidos, como acontece nas plataformas de transporte e entrega.
Segundo a Confederação Nacional do Comércio (CNC), faltam profissionais para funções básicas em supermercados, como operador de caixa, padeiro, açougueiro e embalador. Para reduzir essa falta, redes estão contratando pessoas cadastradas no CadÚnico (Cadastro Único do Governo Federal).
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Essa iniciativa é feita em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS). Um acordo com o Carrefour, por exemplo, prevê que 10% das vagas sejam destinadas a beneficiários do CadÚnico, com oferta de cursos de capacitação.
Em 2024, 53 mil pessoas foram contratadas por esse programa. Os funcionários mantêm parte do Bolsa Família, mas o governo Lula estuda reduzir o prazo do benefício de 24 meses para um período entre 6 e 18 meses.
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