Israel: chefe de segurança renuncia

O chefe da agência de segurança de Israel, Shin Bet, Ronen Bar, anunciou nesta segunda-feira, 28, que vai renunciar ao cargo no próximo dia 15 de junho.

A iniciativa foi uma tentativa de abrandar a crise política e institucional que envolveu o governo depois da demissão de Bar, em março, ter sido rejeitada pela Suprema Corte.

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No discurso, ele admitiu falhas que facilitaram os ataques do grupo terrorista Hamas, em 7 de outubro, sem, no entanto, assumir total responsabilidade.

Ele continuou acusando o atual primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que, segundo ele, exigiu sua lealdade pessoal e não apenas institucional.

“Como chefe da organização, assumi a responsabilidade” pelas falhas de 7 de outubro, disse ele, em evento que homenageou os membros da agência de segurança que morreram em serviço.

“E agora, nesta noite especial, que simboliza memória, heroísmo e sacrifício, escolhi anunciar a concretização” dessa responsabilidade, “e decidi encerrar meu papel como chefe do Shin Bet.”

Bar ressaltou que seu “amor e lealdade a Israel” são a base de todas as decisões que tomou em sua carreira. “O mesmo vale para esta noite”, declarou, sobre a renúncia.

“Depois de 35 anos de serviço, para permitir um processo ordenado de nomeação de um substituto permanente e transição profissional, deixarei meu cargo em 15 de junho de 2025.”

O governo votou de forma unânime pela demissão de Bar do Shin Bet no mês passado. A partir de então, surgiu a polêmica sobre o motivo declarado por Netanyahu — falta de confiança. Para muitos, o argumento não é suficiente para justificar a atitude.

A decisão, porém, foi temporariamente suspensa pela Suprema Corte de Israel. A corte emitiu uma liminar na qual impedia a destituição até que as petições da oposição e de uma organização não governamental fossem analisadas.​

O impasse foi um fator a mais para minar a credibilidade de Netanyahu junto a muitos que apoiam o seu partido, o Likud.

“Há muitos no público do Likud que estão indignados com Netanyahu e com sua forma de conduzir o país desde 7 de outubro “, afirma a Oeste a ex-diplomata israelense, Revital Poleg, que, entre outros, trabalhou com o ex-primeiro-ministro Shimon Peres durante os Acordos de Oslo.

“São cidadãos profundamente comprometidos com o Estado: trabalham, pagam impostos, cumprem seus deveres e enfrentam diretamente o peso da guerra. Com razão, esperam o mesmo grau de responsabilidade, integridade e sacrifício de seus líderes.”

Chefe de segurança assume responsabilidade parcial

Bar aceitou parcialmente a responsabilidade pelas falhas do Shin Bet, mas também não poupou Netanyahu de tentar politizar a agência e interferir em investigações sensíveis, como o escândalo “Catargate”.

Ele reiterou que sua saída seria condicionada ao progresso na devolução dos reféns israelenses e à conclusão da investigação sobre o envolvimento de assessores de Netanyahu com o financiamento do Hamas por parte do Catar.

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Bar deixou claro que quer fazer de sua renúncia um exemplo. No sentido de mostrar a importância de Israel garantir proteções institucionais que permitam aos próximos chefes do Shin Bet exercerem adequadamente suas funções. Segundo ele, o país “precisa traçar uma linha clara entre confiança e lealdade.”

Os procedimentos atuais na Suprema Corte, acrescentou, não dizem respeito a ele pessoalmente, mas ao “futuro da independência dos chefes do Shin Bet.”

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