Apagão na Espanha foi falha na geração de energia solar, diz autoridade

O apagão que afetou a Espanha e Portugal nas últimas horas poderia ter sido provocado por uma falha na geração de energia solar. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 29, pela operadora de rede elétrica espanhola Ree (Red Eléctrica).

Central de transformação elétrica na Espanha | Foto: REUTERS/Bruna Casas
Central de transformação elétrica na Espanha | Foto: REUTERS/Bruna Casas

“É muito provável que a fonte de geração que falhou tenha sido a solar. Ela estava localizada no sudoeste da Espanha”, informou a Red em nota.

A empresa identificou duas possíveis falhas na rede de produção fotovoltaica. Entretanto, as informações estão incompletas.

“Ainda não temos dados suficientes para chegar a conclusões mais seguras”, salientou a empresa.

Entenda o que ocorreu no apagão na Espanha e Portugal

Na segunda-feira, às 12h32, horário do apagão, foram suficientes cinco segundos para que 15 gigawatts de energia elétrica deixassem de ser fornecidos à rede.

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Naquele momento a energia solar era o fornecimento predominante na Espanha. As energias renováveis ​​forneciam 78% da eletricidade do país (60% vinham da energia solar e 12% da eólica), enquanto a energia nuclear contribuía com 11%. A produção solar está concentrada principalmente no sudoeste.

O acidente teria ocorrido em dois momentos. O primeiro teria sido absorvido pela rede. O segundo, ocorrido apenas um segundo e meio depois, provocando uma sobrecarga na capacidade de resposta do sistema, o colapso da rede elétrica espanhola e depois da portuguesa.

As consequências do apagão também foram sentidas no Marrocos e na Groenlândia.

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A França ajudou a Espanha fornecendo dois mil megawatts adicionais de eletricidade. O governo de Madri também desmobilizou três dias de estoques de hidrocarbonetos para aumentar sua capacidade de geração.

Em 17 de abril, a Entsoe, o consórcio que reúne os operadores de todas as redes elétricas europeias, alertou sobre o perigo do excesso de produção da energia solar.

“As operadoras”, escreveu o consórcio em um comunicado, “estão tomando medidas para garantir a estabilidade do sistema de produção de eletricidade. O principal desafio pode ser o excedente de energia disponível, especialmente a solar.”

Entretanto, o primeiro-ministro espanhol, o socialista Pedro Sánchez, descartou a possibilidade de que o apagão tenha ocorrido devido ao “excesso de produção de energias renováveis”.

O chefe do governo parece apontar o dedo para os produtores privados de energia, que poderão ser acusado após os resultados de uma comissão de inquérito que “investigará exaustivamente as causas do apagão”.

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Uma análise técnica independente, anunciou o Primeiro Ministro, também será realizada pela Comissão Europeia.

Sánchez prometeu que “o que aconteceu ontem não pode acontecer novamente. Usaremos os resultados da investigação para fortalecer nosso sistema elétrico.”

O primeiro-ministro também rejeitou os ataques do partido de oposição de direita, o Vox, que se opõe à decisão do governo de fechar usinas nucleares.

Espanha dependente de energias renováveis

A Espanha é um dos maiores produtores de energia renovável da Europa, e o apagão de segunda-feira provocou um debate sobre se o fornecimento volátil de energia solar e eólica tornou os sistemas elétricos mais vulneráveis ​​a esse tipo de interrupção.

Em 2024 a Espanha registrou um ano recorde em sua produção de energias renováveis, com 56% da produção nacional de eletricidade, um aumento de 11% em relação ao ano anterior.

A operadora da rede elétrica espanhola descartou completamente a possibilidade de um ataque hacker, que foi apontado em um primeiro momento como uma potencial causa do desastre.

“Nenhuma intrusão foi detectada”, disse Eduardo Prieto, diretor de operações da Ree, em entrevista coletiva, “À luz das análises realizadas até o momento, podemos descartar um incidente de segurança cibernética nas instalações da rede elétrica”.

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