Cuba prende opositores libertados em acordo com EUA e Vaticano

A ditadura de Cuba prendeu nesta terça-feira, 29, os opositores José Daniel Ferrer e Félix Navarro. Ambos haviam sido soltos há apenas três meses, como parte de um acordo entre o governo cubano, os Estados Unidos (EUA) e o Vaticano.

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Os dois faziam parte dos 553 prisioneiros libertados em janeiro, num acordo mediado pela Igreja Católica no fim do governo do ex-presidente dos EUA, Joe Biden.

O trato envolvia aliviar sanções e tirar Cuba da lista de países que apoiam o terrorismo, medida já revertida por Donald Trump.

Há seguidas denúncias de que a volta deles à prisão é mais uma forma de perseguição da ditadura local. Ferrer, de 54 anos, é fundador de um grupo opositor em Santiago de Cuba. Foi detido depois de faltar a duas audiências judiciais, o que, segundo a denúncia, violaria os termos da liberdade condicional.

As autoridades cubanas o acusaram de ter anunciado nas redes sociais que não compareceria aos tribunais. Ferrer afirma que foi preso injustamente e nega a necessidade de participar das audiências.

Já Navarro foi condenado a nove anos por protestar contra o regime em 2021. Ele teve sua condicional revogada com o argumento de que deixou seu município sete vezes sem autorização da Justiça.

A vice-presidente do Supremo Tribunal Popular, Maricela Sosa, afirmou que ambos violaram regras legais e incentivavam a desordem pública. Disse também que eles mantiveram relações com diplomatas dos EUA.

Ela ressaltou, porém, que as prisões desta terça “não estão diretamente ligadas” a essas condutas, e que haverá investigação.

Repressão da ditadura de Cuba

Em defesa de ambos, Johanna Cilano, pesquisadora da Anistia Internacional para o Caribe, declarou:

“Desde que saíram da prisão, os dois mantiveram uma denúncia constante sobre as violações de direitos humanos e o compromisso com suas crenças e com a luta pela liberdade”, escreveu ela nas redes sociais. “Fizeram isso apesar do assédio, das ameaças e da repressão constante”, acrescentou.

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A irmã de Ferrer, Ana Belkis Ferrer, também denunciou a prisão da mulher e do filho dele, além de outros ativistas. Ela exigiu a libertação de todos os detidos.

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