Julgamento de fraude no INSS ficou parado no TCU por 1 ano

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Aroldo Cedraz retardou por quase um ano o julgamento de recursos apresentados por entidades acusadas de realizar descontos indevidos em aposentadorias do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). 

A demora beneficiou as associações envolvidas, já que o avanço do processo poderia resultar na suspensão definitiva desses descontos. Apenas nesta terça-feira, 29, depois da operação da Polícia Federal, o governo Lula suspendeu os acordos com as entidades.

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Recursos apresentados pelas defesas são considerados prioritários no TCU. No entanto, os embargos de associações de aposentados foram retirados da pauta do plenário cinco vezes, por decisão de Cedraz, o que atrasou as investigações. 

INSS
De 2016 a 2024, foram feitos quase R$ 8 bilhões em descontos irregulares nas aposentadorias | Foto: Rafa Neddermeyer/ Agência Brasi

O adiamento preocupou auditores, procuradores e outros ministros do tribunal, segundo apuração do portal Metrópoles.

Entre as entidades que apresentaram recursos estão a Associação de Proteção e Defesa dos Direitos dos Aposentados e Pensionistas (APDAP Prev) e a Universo Associação dos Aposentados e Pensionistas do Regime Geral da Previdência Social. 

As duas foram alvo da Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal na semana passada, que investiga um esquema de fraude estimado em R$ 6 bilhões contra aposentados do INSS.

Processo do INSS entra na pauta do TCU depois de reportagem

Em junho passado, o TCU determinou, em decisão cautelar, o bloqueio automático de novos descontos nas aposentadorias. No entanto, os descontos indevidos que já ocorriam — e somavam R$ 3 bilhões anuais — continuaram.

Na época, o relator Aroldo Cedraz criticou o INSS por não adotar medidas mais firmes contra as entidades nem revogar os acordos de cooperação. Ele disse que essa inação “leva à dúvida de que a autarquia efetivamente implementará a avaliação periódica e à eventual aplicação de penalidades, a fim de inibir práticas irregulares pelas entidades associativas”.

Apesar disso, o próprio Cedraz acabou por travar o andamento do caso, ao não julgar os recursos apresentados em 18 de junho, duas semanas depois da liminar do TCU. Todavia, diante da publicação da reportagem do Metrópoles, o ministro incluiu o processo na pauta do plenário desta quarta-feira, 30.

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