O Brasil registrou 373 casos de mpox em 2025, segundo o painel de monitoramento do Ministério da Saúde. Ao todo, 16 brasileiros morreram por complicações da doença. As autoridades sanitárias contabilizam outros 39 casos prováveis e 258 suspeitos.
Esse assunto voltou à tona depois que o cantor paraense Augusto Demétrio Neto, o Gutto Xibatada, morreu por complicações da mpox. No Pará, Estado onde o artista morava, há 19 casos confirmados. Neste ano, dois paraenses morreram em virtude da doença.
Segundo a família de Gutto Xibatada, o cantor tinha comorbidades que agravaram a situação. Ele teria contraído a infecção viral no fim de 2024, durante uma viagem.

Em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira, 28, o secretário-adjunto de Gestão de Políticas de Saúde do Pará, Sipriano Ferraz, afirmou que o Estado não apresenta oficialmente surto de mpox.
“Não há epidemia nem pandemia a respeito”, disse Sipriano. “Os serviços de saúde já possuem recomendações da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) para o monitoramento e acompanhamento da doença, para ajudar a população preventivamente.”

O que é a mpox
A mpox, mais conhecida como varíola dos macacos, é uma infecção causada em regiões do continente africano. A doença circulava principalmente entre roedores, e casos em humanos costumavam ser identificados esporadicamente por causa do contato com os animais.
Em 2022, o vírus adquiriu a capacidade de se espalhar mais facilmente entre pessoas. Isso levou à disseminação global inédita da doença e ao decreto de emergência de saúde pública de importância internacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Contudo, em maio de 2023, a OMS deu fim ao cenário de emergência depois da queda no número de casos de mpox no mundo. O vírus continua a circular entre pessoas de diversos países, incluindo no Brasil, ainda que de forma mais controlada.
Não há motivo para pânico, diz especialista
O imunologista Roberto Zeballos explica que a transmissão da doença ocorre a partir do contato direto com a pessoa infectada, como pela pele ou por secreções. “Essa via de transmissão jamais colocará a mpox como um problema de saúde mundial, porque não há como disseminá-la como uma virose”, observa o especialista, ao ressaltar que viroses são transmitidas pelas vias aéreas respiratórias. “O índice de fatalidade na mpox é baixíssimo. As pessoas que morrem com mpox, em sua maioria, têm aids ou outras doenças. Geralmente, sofrem com doenças que comprometem o sistema imunológico. A doença merece alerta, mas não deve haver pânico.”
De acordo com o Ministério da Saúde, os sintomas mais comuns da mpox são erupções cutâneas ou lesões de pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dor de cabeça, dores no corpo, calafrios e fraqueza. A doença evolui para quadros leves e moderados e pode durar de duas a quatro semanas. Mais raramente, o indivíduo pode ser infectado pelo contato com objetos contaminados, como roupas, toalhas, roupas de cama ou objetos como utensílios e pratos.
O tempo entre a infecção e o começo dos sintomas leva de três a 16 dias, com possibilidade de chegar a 21 dias. A pessoa contaminada apenas deixa de transmitir o vírus depois que as crostas das erupções na pele desaparecem.
Como prevenção, o Ministério da Saúde recomenda evitar o contato direto com pessoas possivelmente infectadas. Caso familiares estejam com mpox, a pasta recomenda que as pessoas próximas usem luvas, máscaras, avental e óculos de proteção.
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