Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), enviou uma mensagem privada à estudante Mariana Volf Pedro Eustáquio por meio da rede social X. Ele tentou se desculpar pelo bloqueio das contas da jovem, filha do jornalista Oswaldo Eustáquio.
“Mariana, seu pai falou com você?”, escreveu o perito computacional. A adolescente não respondeu à mensagem.
Indagado por Oeste, Oswaldo Eustáquio afirmou que a filha decidiu ignorar a mensagem por estar ressentida.
O contato ocorreu depois de conversas entre Tagliaferro e Eustáquio. O jornalista português Sérgio Tavares divulgou um vídeo com a gravação da ligação telefônica entre os dois.
Nos áudios, o ex-assessor do TSE demonstra arrependimento e medo por ter cumprido ordens do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes — como o bloqueio das contas da estudante.
Medo e desespero de Tagliaferro
As imagens divulgadas por Tavares corroboram o relato que ele mesmo apresentou à Comissão de Segurança Pública do Senado nesta quarta-feira, 30. Segundo o jornalista, Tagliaferro temia ser assassinado por integrantes do Primeiro Comando da Capital, a facção criminosa conhecida como PCC.
Teor das conversas
Durante a conversa, o ex-assessor disse que a Polícia Civil o acusou de ter planejado um atentado contra a própria filha. Tagliaferro negou a acusação e relatou sofrer perseguição judicial.
Chorando, afirmou estar preocupado com a família. Disse também que tentou se demitir do TSE por quatro vezes, mas foi impedido.
Ao ouvir Eustáquio relatar tentativas de assassinato, Tagliaferro respondeu: “Eu sei, é o PCC.” Em seguida, afirmou que preferia morrer a ser preso.
Disse ainda que até um primo teria recebido dinheiro para matá-lo. “É melhor morrer”, afirmou. “Uma tia ligou para minha mãe desesperada, dizendo que o Adriano está recebendo muito dinheiro para me assassinar.”
Em outro momento do áudio, Tagliaferro disse que tem informações suficientes para “acabar” com Moraes.
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