A alta nas solicitações de internação infantil levou a Prefeitura de Belo Horizonte a decretar situação de emergência em saúde pública. O decreto foi publicado nesta quarta-feira, 30, na 2ª edição do Diário Oficial do Município e tem validade por 180 dias, podendo ser prorrogado.
De acordo com a prefeitura, o decreto permite que a cidade receba mais recursos dos governos federal e estadual, reforce a contratação de profissionais e amplie o horário de funcionamento de unidades de saúde. Além disso, possibilita a abertura de novos serviços para atendimento da população e exige mais agilidade no processo de compra de equipamentos, insumos e medicamentos.
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“No momento, estamos vivenciando um aumento na gravidade dos casos com demanda por leito hospitalar, especialmente entre as crianças”, afirmou o subsecretário de Atenção à Saúde, André Menezes. “Por isso, nossas ações prioritárias estão direcionadas na abertura de leitos pediátricos e reforço no atendimento voltado para as crianças.”
A capital registrou mais de 63 mil atendimentos por sintomas respiratórios em abril, quase 50% a mais que em março. A curva de casos afeta, sobretudo, crianças pequenas. De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte, do dia 20 a 26 de abril, houve 196 pedidos de internação para bebês com menos de 1 ano. Para crianças entre 1 e 4 anos, a demanda passou de 50 para 82 solicitações no mesmo período.
De janeiro a abril deste ano, houve o atendimento de 187 mil pessoas com queixas respiratórias em BH. O impacto se reflete no aumento da demanda nas UPAs e na sobrecarga dos profissionais de saúde.
Dados da Fiocruz mostram que o vírus sincicial respiratório é o principal responsável pelos casos graves de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre crianças pequenas. A instituição também informa que estão crescendo as internações por influenza, sobretudo entre idosos.
Belo Horizonte está entre as 18 capitais com nível de alerta, risco ou alto risco de SRAG, segundo o boletim InfoGripe.
Belo Horizonte aumentou número de leitos
Na sexta-feira 25, a prefeitura anunciou a abertura de dez leitos pediátricos no Hospital Odilon Behrens. Nos dias seguintes, outros dez foram disponibilizados no Hospital da Baleia. As ações integram o Plano de Enfrentamento das Doenças Respiratórias.
A prefeitura também reforçou o plantão noturno nas UPAs, que agora contam com três pediatras, em vez de dois. Os municípios mineiros de Betim e Contagem também decretaram emergência em abril. O governo de Minas Gerais anunciou que prepara uma medida semelhante para ampliar o número de leitos e liberar recursos emergenciais.
A prefeitura ampliou a vacinação contra a gripe para toda a população acima de 6 meses de idade. A campanha começou em 31 de março. Em Belo Horizonte, mais de 202 mil doses já foram aplicadas, mas a cobertura entre o público-alvo ainda é baixa: 24,1%.
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A rede privada também sente os efeitos da alta. Segundo a Unimed-BH, entre 13 e 26 de abril, os atendimentos de urgência a idosos cresceram 65%. As internações hospitalares dessa faixa etária subiram 32%.
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