Em editorial publicado na manhã deste sábado, 3, o jornal O Estado de S. Paulo opinou sobre a relevância de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o caso da fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Conforme a publicação, a queda do então ministro da Previdência, Carlos Lupi, não diminui a importância da análise dos parlamentares.
“Lula demorou, mas demitiu Carlos Lupi, na tentativa de estancar o escândalo da roubalheira no INSS”, afirmou o Estadão, que concluiu: “No entanto, isso não pode servir de pretexto para enterrar a investigação do caso pela Câmara.”
Na quarta-feira da semana passada, 23 de abril, a Polícia Federal deflagrou a Operação Sem Desconto, depois de investigação que revelou esquema de fraudes e desvios de dinheiro de aposentadorias e pensões do INSS. Entre 2019 e 2024, as ações indevidas do instituto geraram prejuízos que podem chegar a R$ 6,3 bilhões.
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Rapidamente, a oposição começou a colher assinaturas para a implementação de uma CPI, a fim de apurar e investigar as irregularidades. “A demissão de Lupi parece uma tentativa de esvaziar o apelo da CPI do INSS”, afirmou o Estadão. “Para este jornal, no entanto, o tamanho da rapina mais que justifica a instalação da CPI.”
Estadão critica gestão de Lula no caso do INSS

Na opinião do jornal, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva não agiu de modo eficaz diante do problema. “Em vez de demonstrar ser implacável com os desvios, entregou apenas as cabeças do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e de parte da diretoria do órgão e tentou poupar Lupi”, informou. “Não funcionou.”
Conforme o texto, o fato de o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi) manter em cargo de direção o irmão de Lula, Frei Chico, piora a situação. O Sindnapi multiplicou suas receitas entre 2020 e 2024 — de R$ 23,3 milhões para R$ 154,7 milhões.
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“Gerir o sistema previdenciário, mais que operacionalizar o pagamento dos benefícios, inclui a defesa dos direitos dos beneficiários, sobretudo daqueles em condições de vulnerabilidade, como idosos com doenças graves, indígenas de comunidades isoladas e pessoas com deficiência, que tampouco foram poupados”, concluiu o Estadão. “Tantas perguntas sem resposta apenas fortalecem a urgência da instalação da CPI.”
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