Cobertura de luxo onde Collor cumpre pena é penhorada

A cobertura duplex em que o ex-presidente Fernando Collor cumpre pena em Maceió (AL), no edifício Residencial Chateau Larousse, está penhorada pela Justiça do Trabalho. Avaliado em R$ 9 milhões, o imóvel fica à beira-mar na praia de Jatiúca. O político foi preso em 24 de abril.

A penhora do imóvel é garantia de pagamento de uma dívida de R$ 314 mil com um ex-funcionário da TV Mar, empresa da Organização Arnon de Mello (OAM), grupo de comunicação da família Collor.

+ Por 6 a 4, STF mantém prisão de Collor, condenado na Lava Jato

O pedido de penhora foi aceito em outubro de 2023 depois do descumprimento de um acordo judicial. Para evitar que o imóvel fosse leiloado, Collor propôs novo parcelamento até fevereiro de 2028. Ele e a TV Gazeta, afiliada da Globo em Alagoas e também parte do grupo OAM, dividirão o pagamento.

Apesar de constar na declaração de bens de 2018, a cobertura não foi incluída na prestação entregue ao TSE em 2022, quando Collor disputou — e perdeu — a eleição para governador. 

+ Collor vai cumprir prisão domiciliar em cobertura de R$ 9 mi na orla de Maceió

Cobertura de Collor, na praia de Ponta Verde, é avaliada em R$ 9 milhões | Foto: Street View/Google
Cobertura de Collor, na praia de Ponta Verde, é avaliada em R$ 9 milhões | Foto: Street View/Google

A cobertura

O imóvel foi comprado em 2006 sem registro em cartório. Só em 2023 a Receita Federal vinculou o bem oficialmente ao ex-presidente. A cobertura tem 599 m² de área privativa, cinco vagas de garagem e vista para o mar. Segundo o portal UOL, a cobertura conta com os seguintes cômodos:

Pavimento inferior:

  • Três suítes (sendo uma master, com closet);
  • Varanda;
  • Sala de estar;
  • Gabinete;
  • Galeria;
  • Sala de jantar;
  • Lavabo;
  • Adega;
  • Área de circulação;
  • Rouparia;
  • Despensa;
  • Copa e cozinha;
  • Área de serviço;
  • Depósito;
  • Quarto de serviço com banheiro.

Pavimento superior:

  • Uma suíte;
  • Sala de estar;
  • Piscina;
  • Terraço coberto;
  • Terraço descoberto;
  • Jardineiras;
  • Bar;
  • Dois banheiros.

O imóvel era apontado como desocupado pela defesa de Collor, que alegava residência em São Paulo — fato que permitiu a penhora, já que bens de moradia habitual não podem ser tomados judicialmente.

A cobertura também foi mencionada na delação premiada de Fernando Cunha, ex-presidente da Odebrecht Ambiental. Ele disse ter participado, no local, de reunião em que foi combinado o pagamento de R$ 800 mil em caixa 2 à campanha de Collor em 2010. O inquérito foi arquivado.

A defesa do ex-presidente disse que suas declarações de imposto de renda “estão em conformidade com as legislações cível e tributária vigentes”.

A chácara de Fernando Collor está localizada em Campos do Jordão (SP) | Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil
Collor é o terceiro ex-presidente da República que foi preso no Brasil | Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Collor foi beneficiado com prisão domiciliar

A decisão que autorizou a mudança para prisão domiciliar foi assinada nesta quinta-feira, 1º, pelo ministro Alexandre de Moraes. O magistrado atendeu a um parecer favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR), que considerou a idade de Collor, de 75 anos, e seu estado de saúde.

“Embora o réu Fernando Affonso Collor de Mello tenha sido condenado à pena de total de 8 (oito) anos e 10 (dez) meses de reclusão e 90 (noventa) dias-multa, em regime fechado, a sua grave situação de saúde, amplamente comprovada nos autos, sua idade – 75 (setenta e cinco) anos – e a necessidade de tratamento específico admitem a concessão de prisão domiciliar humanitária”, afirmou Moraes.

Durante o cumprimento da medida, Collor usará tornozeleira eletrônica, terá o passaporte retido e não poderá receber visitas, exceto de familiares

+ Leia mais notícias de Política em Oeste

O post Cobertura de luxo onde Collor cumpre pena é penhorada apareceu primeiro em Revista Oeste.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.